sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Reflexão sobre o PA

Meu sentimento quanto a este PA é algo interessante, pois no início não tinha muitas expectativas.
Durante o semestre tivemos o desafio de trabalhar com Second Life, criação e interação através de um Blog e sem falar no trabalho de pesquisa que realizamos com o auxílio das leituras realizas e discussões virtuais.
A época em que vivemos exige agilidade nas ações, nas informações e através deste PA pude ampliar meu modo de pensar sobre o uso das tecnologias, principalmente das que nunca havia utilizado. Hoje percebo de uma forma menos preconceituosa que estas tecnologias estão a nossa disposição para nos auxiliar, não para nos atrapalhar.
Através das aulas à distância pude ter contato maior com estas diferentes tecnologias e até me acostumar “mal” a estudar a partir de casa.
Este PA foi bastante agregador , pois como educadora, preciso eliminar todos os fantasmas, preconceitos. Tenho a consciência de que este meu receio era maior por tratar-se de algo desconhecido, o que é natural sentir este estranhamento.
Hoje consigo fazer relação com o cotidiano e perceber que a tecnologia não trata-se apenas do computador, mas também das ferramentas que de certa forma contribuem para o desenvolvimento de nossa atividades laborais ou pessoas facilitando a sua execução.
Como exemplo, o trabalho dos Engenheiros de trânsito ao programar as sinaleiras, o simples uso da calculadora, registro do ponto eletrônico, nos caixas do supermercado, a leitura do código de barras e sem falar na possibilidade de conhecer vários lugares e pessoas a partir da WEB, sem sair de casa, percebo também que o acesso vem crescendo por parte dos PPD’s(Pessoas Portadores de Deficiência) , pois permite-lhes interagir com os demais e isto é muito positivo.
Agradeço imensamente a profe. Eliane, à Daiane e à Sandra pelo processo de aprendizado desenvolvido em conjunto.
Um grande abraço e Boas Festas!!!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Conclusão

A educação de jovens e adultos é marcada por contextos de baixa auto-estima dos educandos.
Aos educadores, cabe o papel de reverter este quadro e tornar a aprendizagem mais significativa, demonstrando a real importancia e aplicabilidade dos conteúdos no cotidiano dos alunos.
Utilizar novas tecnologias e ferramentas são subsídios para facilitar o processo de aprendizagem dos educandos adultos. Entretanto, é necessário que o professor saiba utilizar adequadamente essas ferramentas facilitadoras do conhecimento.
O aluno da Eja geralmente não está habituado a esses métodos, pois ele conhece a escola tradicional. É muito importante que o educando encontre uma escola diferente, moderna, uma escola verdadeiramente inclusiva, que faça despertar o seu desejo em aprender.
O exercício da docência com adultos implica um olhar diferenciado do educador. Dessa forma, é imprescindível trabalhar com a realidade de vida destes alunos, possibilitando a troca de experiências entre eles, e valorizando os saberes que cada um deles já possui.
A escola precisa ser potencializadora do desenvolvimento de conhecimentos e habilidades necessárias diante das novas demandas do mundo globalizado. As instituições e os docentes que trabalham com a EJA devem inserí-los no mundo contemporâneo, utilizando mecanismos que sirvam de apoio para a compreensão dos conteúdos.
Cada vez mais, torna-se necessário que o professor busque mais conhecimentos e que esteja em constante atualização, aberto a mudanças e inovações.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Percepções sobre o PA

Este foi meu segundo semestre no curso de Pedagogia da Unisinos. Ao fazer a matrícula, tive certo receio em escolher uma disciplina à distância, primeiramente por ter disponível uma tecnologia não muito propícia (minha internet é discada) e também por ser do senso comum que o estudo a distância geralmente exige maior disciplina e empenho que o presencial.
As primeiras aulas me deixaram um pouco apreensiva, as orientações eram dadas rapidamente e foi um pouco complicado acompanhá-las. Conhecer o Moodle, criar um avatar no Second Life, aprender a interagir num chat e participar de fóruns foram novidades para mim e grandes aprendizagens.
Dificuldades realmente não faltaram: problemas de conexão à internet, mensagens que não apareciam no chat, pesquisas perdidas por se confiar em apenas uma tecnologia, trabalhar em grupo. Enfim, foram muitas, mas todas serviram para buscar alternativas de superação que fossem pró-ativas e que evitassem problemas posteriores.
Criar e ser administradora de um blog e trocar experiências com minhas colegas de grupo foi uma experiência fascinante. Tivemos que ser autônomas na busca de elementos, idéias e teorias que confirmassem nossas certezas provisórias e respondessem nossas dúvidas, nossa problemática inicial.
O PA Ensino e Aprendizagem no Mundo Digital vem ao encontro do novo tipo de sujeito necessário para atuar na sociedade atual, um sujeito flexível, autônomo, que saiba trabalhar em grupo e que busque soluções para seus problemas utilizando as tecnologias de informação e comunicação. Nessa disciplina não recebemos nada pronto, tivemos que ler, relacionar conceitos teóricos com práticas pedagógicas, trocar idéias, aprender em conjunto.
Com certeza levarei essas experiências para minha vida pessoal e profissional. Como professora, procurarei trabalhar mais por projetos de aprendizagem utilizando as tecnologias digitais, reduzindo o ensino unilateral e promovendo a aprendizagem recíproca, a busca, a troca e a construção de conhecimentos.
Colegas do grupo e todos os demais que acompanharam nosso blog, agradeço os comentários, as sugestões e o apoio recebido. Felicidades a todos!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Texto pessoal sobre a experiência do PA

Sou formanda do Curso de Letras e ao me matricular neste PA, tinha um objetivo maior: relacionar o conhecimento adquirido ao tema que estava desenvolvendo no meu Trabalho de Conclusão de Curso, no qual questionava a influência da Linguagem da Internet em sala de aula. Mas minhas expectativas foram superadas: utilizar o Second Life, criar um blog, e interagir através destas ferramentas, foi algo novo e realmente foram experiências para a vida toda. Não esquecerei da aula presencial em que a professora sofrera uma queda no dia anterior e não pôde comparecer à aula. Naquele dia, interagimos com a professora através do Second Life. A presença virtual foi de extrema importância, já que dúvidas foram tiradas, orientações dadas, além de nos divertimos com esta situação. Quando contava para os colegas do trabalho, no dia seguinte, eles ficavam fascinados: “Como o professor na casa dele deu aula para vocês em sala de aula?” Foi o questionamento mais ouvido por mim e eu calmamente respondia: “Através do Seconf Life, vocês não conhecem?”. Ficava orgulhosa, já que muitos não conheciam e eu era pioneira na empresa a interagir neste programa.
Hoje, o tempo é a maior vilã da nossa sociedade, o cidadão precisa trabalhar muito, ficar com a família, estar presente em compromissos sociais e aliado a tudo isto, estudar. Mas como fazer tudo isso se o tempo é curto? Educação à distância é uma solução e é a possibilidade de estudar sem sair de casa. A educação do futuro será neste formato: os estudantes, on-line, buscando informações e adquirindo conhecimento e o professor será um orientador neste processo, sem mais se fazer necessário o presencial físico.
E eu, como futura educadora, quero e preciso estar preparada para uma educação digital, pois é de direito dos meus alunos adquirirem ou aperfeiçoarem o conhecimento na informática e é o meu dever estar apta para esta realidade.

Nádia Isabela Dieter

sábado, 13 de dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Dúvidas, certezas????

Certezas

Com a explosão das Lan Houses o acesso à tecnologia das classes menos favorecidas aumentou, visto também o barateamento e acessibilidade do serviço de internet em relação há dez anos atrás, onde somente instituições a possuíam. Mas de acordo com as práticas realizadas em escolas municipais de Esteio e Sapucaia do Sul, na EJA, este acesso ainda é precário.
A dificuldade de acesso ao uso das tecnologias está ainda muito ligada à questão econômica, e em conversas com a Daiane e a partir do estágio realizado, percebo que também há a questão cultural, pois este precisa ser objeto de “utilidade” para EJA.
Jovens e adultos da EJA encontram-se num processo de “inclusão”, onde precisam retomar alguns anos de suas vidas, os quais deixaram para trás, principalmente no campo da educação e profissionalização. Por mais que se critique a escola institucionalizada com sua metodologia tradicional, este jovens e adultos a consideram como espaço de libertação, local onde são capazes de esquecer o mundo lá fora e se dedicar a si.
Por outro lado, temos o conhecimento de que muitos projetos estão sendo realizados neste sentido, voluntários que criam ambientes virtuais. Tomamos por exemplo a série Central da Periferia do programa Fantástico, edição do dia 23/11/08(Domingo), onde um determinado cidadão busca alternativas de incluir o uso da internet na comunidade onde reside. Sendo que atualmente solicitam pizza por meio eletrônico, organizam planilhas para despesas do mês, muitos realizam reuniões, participam de fóruns. Trata-se de novas possibilidades e neste caso trata-se muito mais de cultura tecnológica do que questão econômica.
Na EJA a dificuldade em interagir e compreender o uso das tecnologias está muito ligado à cultura do sujeito e não à questão econômica, pois existem pessoas com poder aquisitivo considerado elevado que não interagem com estas novas possibilidades. No entanto, para as pessoas pobres esta restrição vem acompanhada da falta de recursos, na maioria das vezes, e pela contribuição para sua exclusão do mercado de trabalho antes mesmo de iniciar nele. O que está atrelado à auto-estima do ser enquanto cidadão. Este conflito é notório no estudo do comportamento dos corpos da Educação de jovens e adultos, onde frequentemente expressam o sentimento de incapacidade, impotência através de queixas, expressões corporais e faciais.


Dúvidas

Muitas ainda são as dúvidas...
A EJA precisa ainda criar mecanismos para “emancipar” o uso das tecnologias. No momento está num período primitivo onde começa dar seus primeiros passos. Uma série de fatores contribuem para esta realidade como: o lugar que a EJA ocupa diante da sociedade como “fabricante” de analfabetos funcionais, o despreparo de profissionais para trabalhar com esta modalidade, o descaso das autoridades quanto a evasão deste grupo.
Para que possamos vencer o empasse tecnológico, antes mesmo, temos de resolver as questões mais básicas, como fazer com que este grupo compreenda o que lê e se posicione quanto a esta leitura. Outra alternativa é utilizar a interdisciplinaridade e deixar de utilizar o laboratório de informática apenas em momento específicos ou ainda como uma válvula de escape assim como tem-se feito com a Educação Física e Artes nas escolas.






quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Olá, meninas!!!

Enviei alguns trechos do meu artigo do estágio da EJA, embora não tenha sido focado somente no uso das "tecnologias digitais", acredito que possamos fazer várias relações com o nosso projeto...



Para o desenvolvimento de um aprendizado eficiente, torna-se importante que as escolas sejam potencializadoras do desenvolvimento de conhecimentos e habilidades necessárias diante das novas demandas do mundo globalizado. Nesse contexto, as instituições e docentes que se dispõe a trabalhar com a EJA devem inseri-los no mundo contemporâneo, utilizando ferramentas que sirvam como facilitadoras para a compreensão de conteúdos.
Contraditoriamente, o que pude observar é que nem a escola, nem os professores preocupam-se realmente em adquirir subsídios que possibilitem uma educação de qualidade. Isso reflete o quanto os professores estão desmotivados e desestimulados a tomarem atitudes que possam modificar essa conduta. Existe uma resistência por parte dos professores em mudar para construir uma “educação transformadora”, que possa trazer esperança e motivação aos educandos.


Não existe algo como um processo de educação neutro. A educação funciona como um instrumento que é utilizado para facilitar a integração das gerações na lógica do sistema atual e gerar conformidade a ele, ou tornar-se a “prática da liberdade”, o meio pelo qual homens e mulheres lidam crítica e criativamente com a realidade e descobrem como participar da transformação do seu mundo.
(FREIRE, 1972, p.58 B)




É necessário que o professor reflita constantemente sobre a sua prática, trazendo subsídios para que o aluno adulto possa “aprender a aprender.”
A maior dificuldade dos referidos educandos é aprender a ler. Alguns deles, já conseguem ler pequenos trechos, mas com bastante dificuldade; outros ainda não conseguem ler. Diante disso, questionei a professora se eles tinham contato com livros, se freqüentavam a biblioteca da escola, e para minha surpresa ela disse que não, pois a biblioteca ficava fechada durante o horário das aulas da EJA.
Durante as minhas aulas, procurei trazer atrativos, coisas que eles não estavam acostumados, como poesias e poemas, visitas à biblioteca da escola e trabalhos em grupo, entre outros.
Para que o aluno da EJA se sinta motivado e estimulado a freqüentar as aulas é importante que eu encontre uma escola diferente daquela a qual foi “excluído” no passado. Deveria encontrar uma escola mais estimulante, mais moderna, mais humana.
Sabemos que um dos maiores motivos que levam um adulto a voltar às salas de aula é a busca de um melhor emprego ou uma melhor colocação no seu local de trabalho, pois o trabalho ocupa lugar fundamental na constituição do ser humano. Trabalhar é condição imprescindível para que o indivíduo se humanize, sendo que é a partir do trabalho que surge o estímulo e a necessidade de investir em educação. Porém, o retorno a escola não pode ser entendido como algo obrigatório, mas como um resgate da cidadania, de aprendizados que tornam melhor a vida dos educandos.
O sistema escolar atual não acompanha a evolução tecnológica do mundo globalizado em que vivemos. Não podemos comparar a escola com uma fábrica, por exemplo, porque a fábrica utiliza máquinas, robôs que facilitam o trabalho do “homem”, e a escola, ao contrário, não faz uso adequado de ferramentas que facilitariam o processo de aquisição do aprendizado. Por outro lado, a escola assemelha-se ao modelo taylorista-fordista, quando desenvolve um “aluno robô”, que quase não pensa, apenas faz o seu trabalho mecanicamente, sem questionamentos. Para mim, apesar de ser muito complexo é muito mais gratificante e estimulante trabalhar com pessoas, formar cidadãos, do que trabalhar com máquinas. Entretanto, é mais trabalhoso e difícil poder transmitir coisas boas para os alunos, de modo a despertar o interesse e a curiosidade em aprender mais, isso exige um processo contínuo de busca de conhecimentos por parte dos educadores.É bem verdade que encontramos alguns professores que lutam e criam movimentos para transformar essa realidade, mesmo que seja só dentro da sua sala de aula, mas a maioria acomoda-se com a situação e nada faz para mudar

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Alguns conceitos

Sociedade do conhecimento:

A noção de “sociedade do conhecimento” (knowledge society) surgiu no final da década de 90. É empregada, particularmente, nos meios acadêmicos como alternativa que alguns preferem à “sociedade da informação”. Segundo o sociólogo Manueel Castells trata-se de uma sociedade na qual as condições de geração de conhecimento e processamento de informação foram substancialmente alteradas por uma revolução tecnológica centrada no processamento de informação, na geração do conhecimento e nas tecnologias da informação.
www.vecam.org/article519.html

Tecnologia de comunicação:

A palavra comunicação vem do latim “comunicare” que significa tornar comum. A tecnologia de comunicação é o conjunto de métodos, técnicas e ferramentas que possibilita a criação de sistemas de comunicação. Os sistemas de informação utilizam tecnologias de comunicação para cumprir suas diferentes funções. Dentre as tecnologias de comunicação empregadas pelos sistemas de informação é possível destacar:
- tecnologia de telecomunicações
- tecnologia de redes de computadores

Tecnologia de informação:

A Tecnologia da Informação (TI) é o conjunto de recursos não humanos empregados na coleta, armazenamento, processamento e distribuição da informação. Ela abrange os métodos, técnicas e ferramentas para o planejamento, desenvolvimento e suporte dos processos de utilização da informação. Na atualidade, o conceito de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), é utilizado para expressar a convergência entre a informática e as telecomunicações.
www.inf.pucrs.br/~gilberto/Ferramentas/Trabalhos%20PPT/Rolando.ppt

Inclusão digital:

Inclusão Digital (ID) é a universalização do acesso aos meios, ferramentas, conteúdos e saberes através das Tecnologias da Informação e Comunicação. Atualmente, grande parte das iniciativas executadas no país buscam promover a ID apoiadas neste conceito, tendo como foco principal a universalização dos serviços e formação para a cidadania

Emancipação digital:
A emancipação corresponde à pesquisa, desenvolvimento e inovação nos modelos de produção, compartilhamento e distribuição de conhecimentos aplicados à solução de problemas Neste modelo, as populações menos favorecidas passam a ter não apenas acesso, mas os meios de conhecimento (software, hardware e conhecimento) para o controle dos processos produtivos de conteúdo digital (os meios de produção de valor na sociedade do conhecimento, do entretenimento e das artes audiovisuais). Neste contexto, os cidadãos conseguem emancipar-se, ou seja, agir individual e coletivamente em função de projetos de desenvolvimento humano.
www.cidade.usp.br/blog/inclusao-e-emancipacao-digital-2/

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Texto 12

Atraves dos tempos o homem vem projetando, criando meios de lhe auxiliar em suas atividades cotidianas e isto lhe possibilita realizar mais atividades em um curto espaco de tempo. Consequentemente os meios de producao vem se modificando, atividades profissionais que antes eram realizads de forma "bracal", hoje sao feitas mecanicamente por maquinas, robos.
Este contexto exige do sujeito trabalhador algo a mais, qualidades que o diferencia da maquina. Destaca-se entao a capacidade de se relacionar com os outros, de criacao e resolucao de problemas.
Para acompanhar esta demanda, a escola precisa estar em constante transformacao e criar propostas que atendam ao jovem/aluno, ou melhor, que atendam as necessidades, limitacoes, exigencias que este encotrara fora dos muros da escola. Nao esta se dizendo aqui, que a escola precisa dar conta da gama informacoes, as quais recebemos diariamente , mas deve preparar este aluno para viver em sociedade, caracterizada pelo capitalismo e competitividade. Prepara-lo para saber buscar informacoes, interpreta-las, e realizar analise critica destas informacoes.
E bastante interessante perceber que os fatos, as transformacoes da sociedade impulsionam a escola repensar sua pratica, como por exemplo, a propria ciencia comeca se abrir para estudar o todo, nao considerando apenas o conhecimenbto fragmentado, o que nos proporciona mais argumentos para se trabalhar a interdisciplinaridade. O proprio Paradigma Emergente da forca a esta modificacao, em conjunto com as exigencias do aluno de hoje e a tecnologia como mecanismo de suporte.
A partir deste cenario , uma serie de possibilidades se abrem, trabalhar com projetos, no qual aprendemos a respeitar e tolerar a diferenca. Cabe a nos educadores estarmos em constante aprendizado e dispostos a aprender com o outro a fim de dar forca a este movimento.

Texto 11

O texto faz uma crítica quanto ao uso da interatividade como objeto de marketing. Refere-se também aos softwares que se dizem interativos, quando na verdade não permitem a troca entre emissor e receptor, tornando-se uma via de mão única, sem o processo de interação entre os sujeitos.
Podemos fazer uma relação com a prática docente, pois quantas vezes cometemos o deslize de trabalhar com nossos alunos de forma que ele não interaja apenas nos escute? Quantas vezes os forçamos a dar as respostas que queremos?E o quanto nos incomodamos com o inesperado? Propomos uma forma diferenciada de trabalho, o qual tem o objetivo da interação entre professor/aluno. Mas quanto este último reage aos estímulos, ofertando outra proposta de trabalho, nos desacomodamos, nos retraímos e passamos a apenas emitir, transmitir conhecimento sem dar chance de desenvolvimento deste aluno. Infelizmente isto ocorre em espaços não-escolares também, seja na empresa, no grupo de amigos, na família etc.
Esta sistemática é tão perversa que nos faz acreditar que somos agentes da sociedade, mas na verdade estamos apenas reagindo a estímulos bem articulados que nos levam a pensar em autonomia, o que neste contexto, a partir de uma reflexão crítica, acaba se tornando utopia.
Não tenho a intenção de generalizar ou me referir a todos os docentes ou agentes da educação.
Possuímos hoje produtos que atendem esta falsa interação. Temos inclusive algumas situações cotidianas como: o chefe que diz que o funcionário possui “carta branca” para criar, modificar, fazendo com que este sujeito se sinta parte do processo. Mas no momento crucial de efetivar a prática, essa mesma chefia que lhe deu “o poder”, toma-lhe a autonomia, dizendo que a partir dali ele dá seqüência, ou simplesmente o aliena sem maiores explicações. Algo semelhante ocorre nas atividades que exigem interpretação de texto, onde o aluno coloca seu parecer e o professor simplesmente não concorda, pois não era o que esperava da resposta.
E importante que nos educadores, independente do espaço de aprendizagem que atuamos, façamos a reflexão sobre a nossa pratica a fim de nos questionarmos. Será que estou tendo a interação necessária com meu aprendiz, estou cumprindo com meu papel de condutor para o conhecimento?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Considerações textos 11 e 12

Joanez Aparecida Aires e Edel Ern, em Os softwares educativos são interativos, buscam estabelecer um conceito de interatividade e determinar se os softwares educativos apresentam as características presentes nesse conceito.
Segundo Alex Primo (1998) “um sistema interativo deve dar total autonomia ao usuário, enquanto os sistemas reativos trabalham com uma gama pré-determinada de escolhas”.
Atualmente existem muitos softwares que “vendem” a idéia de interatividade, porém essa costuma restringir-se à reação perante as situações, não permitindo que o usuário tenha autonomia para modificá-los e atualizá-los.
Para que um software seja realmente interativo, permitindo a bidirecionalidade, deve ser construído em forma de hipertexto possibilitando a indexação e busca de informações de forma não-linear, ser um sistema aberto e, portanto, integrado, além de possuir interface que facilite a autonomia.
Minha percepção em relação aos softwares disponíveis nas escolas é que os mesmos apresentam uma interatividade “reativa”, geralmente têm uma interface amigável permitindo que a criança escolha as ações e a ordem em que quer realizá-las, porém ficam restritas às opções determinadas pelo programador, havendo pouco espaço para a criação em mundo virtual. Acredito, no entanto, que o formato dos softwares está mudando, permitindo aos usuários cada vez maior interatividade. Cabe aos professores utilizarem essa realidade num processo dinâmico que favoreça a máxima de “aprender a aprender”, fazendo uso, conforme Marilda Aparecida Behrens destaca no texto Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa num paradigma emergente, da aprendizagem baseada em projetos “na qual cada docente pode analisar, refletir e criar sua própria prática pedagógica.
Essa prática pedagógica, além do incentivo à pesquisa, deve contemplar as abordagens sistêmica, considerando os conteúdos de forma integrada, e progressista, preocupada com a transformação social, com a mudança do cenário de desigualdades que impera na sociedade.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Tecnologia na visão de Paulo Freire

Segue a contribuição para entedermos melhor o que é tecnologia.

CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
Paulo Freire, mesmo não se considerando contemporâneo, não ficou atado ao passado, mas caminhou com seu tempo. Ele mesmo disse em artigo inédito publicado na revista BITS em 1984: “Faço questão enorme de ser um homem de meu tempo e não um homem exilado dele” (FREIRE, 1984a, p.1).
Freire entendia a tecnologia como uma das “grandes expressões da criatividade humana” (FREIRE, 1968a, p. 98) e como “a expressão natural do processo criador em que os seres humanos se engajam no momento em que forjam o seu primeiro instrumento com que melhor transformam o mundo” (FREIRE, 1968a, p.98).
A tecnologia faz “parte do natural desenvolvimento dos seres humanos” (FREIRE, 1968a, p.98), e é elemento para a afirmação de uma sociedade (FREIRE, 1993a, p.53). No artigo citado, ele ainda afirma: “o avanço da ciência e da tecnologia não é tarefa de demônios, mas sim a expressão da criatividade humana” (FREIRE, 1984a, p.1), reiterando o afirmado no seu livro Ação Cultural para a Liberdade. 2O educador acredita que a tecnologia não surge da superposição do novo sobre o velho, mas o novo nasce do velho (FREIRE, 1969, p.57), desse modo, o novo traz em si elementos do velho; parte-se de uma estrutura inferior para se alcançar uma superior e assim por diante. V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22-setembro 2005 Um outro elemento importante de sua concepção de tecnologia é a politicidade.
A tecnologia, como prática humana, é política, é permeada pela ideologia. Ela tem um fim bem determinado, serve a um grupo de pessoas e aos mais diversos interesses: a tecnologia não é neutra, é intencional e não se produz nem se usa sem uma visão de mundo, de homem e de sociedade que a fundamente. Freire chega a afirmar que o problema não é tecnológico, mas político, “e se acha visceralmente ligado à concepção mesma que se tenha de produção” (FREIRE, 1968a, p. 99).

A informação explicitada neste blog encontra-se disponível em http://www.paulofreire.org.br/pdf/comunicacoes_orais/O%20PENSAMENTO%20DE%20PAULO%20FREIRE%20SOBRE%20A%20TECNOLOGIA-%20TRA%C3%87ANDO%20NOVAS%20PERSPECTIVAS.pdf

Destaques

Meninas segue destaques de um dos textos que não havia postado em função de não conseguir acessar o blog, lembram?

Relação do texto Projetos de Aprendizagem no contexto da WEB 2.0: possibilidades para a prática pedagógica.

Destaques:

· Diante do contexto atual, onde se tem acesso as informações em tempo real torna-se necessário repensar o processo de ensino aprendizagem principalmente na escola, pois esta antes detinha todo o conhecimento e hoje existem outros espaços que dão conta de disponibilizar estas informações;
· É urgente a revisão das grades curriculares, pois a escola precisa trabalhar com estas tecnologias a fim de acompanhar a nova demanda da sociedade. Enquanto cidadãos precisamos acompanhar esta demanda;
· Algo que impulsiona o organismo educacional repensar suas práticas, saindo da transmissão de conteúdos, migrando para a construção do conhecimento.
· A educação tradicional preocupa-se com o resultado final, como por exemplo, se a resposta encontrada pelo aluno é a mesma do professor, o qual não avança, não explora outras potencialidades.
· A partir das tecnologias é necessário muito mais que a busca pelo resultado final, é imprescindível o acompanhamento do processo de aprendizagem, de que forma o sujeito estruturou determinado projeto, ou, de que forma chegou ao resultado final, quais outras possibilidades poderia utilizar?
· Trabalhar com TDV’s requer foco no interesse do aluno, suas curiosidades, dúvidas, tanto individuais quanto coletivas, o que vai de encontro à Pedagogia interacionista contrutivista.
· Penso que os caminhos que a educação vem percorrendo a levam a trabalhar a partir do conhecimento do aluno e o uso das tecnologias vem a afirmar isto, comprova que não trata-se de algo souto, existe uma relação, desde o momento em que Freire já falava sobre a autonomia do aluno, até o próprio comportamento agressivo de alguns alunos, nos remete a repensar nossa prática docente. Se ainda estávamos aguardando algum “sinal do além” aqui estão todas as provas para nos convencermos de que esta mudança é urgente e necessária.
· A própria tecnologia passou por evolução sendo que antes era utilizada apenas para divulgação de informações em formato texto, sendo que hoje existem uma gama de outras ferramentas como: Blogs, Comunidades virtuais, comunicadores instantâneos que facilitam nossas vidas, devido a rapidez com que recebemos e enviamos as informações. Faço uma relação com a minha atividade profissional, na qual realizo o processo de educação do trabalhador na empresa. E utilizo muito destas ferramentas que me são válidas, pois consigo resolver determinados assuntos através dos comunicadores instantâneos.
· Recentemente, em um treinamento sobre recrutamento e seleção, obtive o conhecimento em que muitas empresas utilizam as Comunidades Virtuais a fim de pesquisar sobre o histórico dos candidatos. Aí está a tecnologia mais uma vez a favor dos bem e serviços da sociedade.
· Trabalhar com ambientes virtuais de aprendizagem, hoje bastante empregado nos cursos de EAD possibilita aos alunos conquistarem sua autonomia e tomar decisões de forma mais democrática.
· Em minha prática escolar infelizmente visualizei, a partir das observações, que está se fazendo hoje com a informática, o mesmo que vem se fazendo ao longo dos tempos com a Educação Física e Artística nas escolas, têm-se estas como válvulas de escape, reduzindo-as a disciplinas sem muita importância, pelo menos no âmbito escolar, pois o educador (sem generalizar) sempre que tem a oportunidade encaminha os alunos para o laboratório de informática para que ele possa concluir algumas tarefas extras ou então na ausência de um professor encaminham-se os alunos para o laboratório ou para o pátio.Por que estes alunos não podem produzir um texto, interpretá-lo ou desenvolver outras tantas atividades?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Conceito de tecnologia

Tecnologia- é o estudo da maneira de melhor fazer algo; ciência que estuda as técnicas de trabalho; uso dos conhecimentos científicos.
Fonte: SCOTTINI, Alfredo (comp.). Dicionário escolar da língua portuguesa. Blumenau: TodoLivro, 1998

Conclusões a partir do estágio com EJA

Segue algumas conclusões a partir do estágio realizado com EJA:

*Elevação da auto-estima desse grupo;
*O aprendizado precisa fazer sentido para o sujeito;
*O educador do EJA como agente de motivação;
*Urgente a desmistificação quanto ao uso das tecnologias;
*Trabalhar a partir das vivências, não somente nas vivências;
*Criar propostas capazes de fazer com que o aluno entenda que estas ferramentas estão à disposição dele para facilitar as atividades cotidianas, seja no trabalho, na escola, no cumprimento das obrigações quanto cidadão e cidadã, em fim, no processo de relação do sujeito e sociedade;
*Para que o uso das tecnologias se efetive para os sujeitos da educação, seja o docente ou discente, é necessário que se faça o uso da interdisciplinaridade, ou seja, que o uso das tecnologias permeie por todas as disciplinas existentes na escola e que esta não seja algo isolado do português, da matemática, por exemplo.
*Reflexão: “O saber tecnológico necessita permear na vida do sujeito como objeto de emancipação do desenvolvimento do ser enquanto integrante da sociedade”.


Texto 10

  • A forma inicial como a autora apresenta o texto é bastante rica e criativa, pois de uma forma diferenciada delineia pontos que precisamos repensar na educação.
  • Faz também uma relação com mercado de trabalho, no qual percebe-se que algumas coisas já estão mudando, como a habilidade que algumas empresas valorizam como:o profissional não precisa deter todo o conhecimento e sim saber onde encontrá-lo.
  • Enfatiza os conteúdos que não fazem sentido para o aluno, pois o saber institucionalizado não acompanha o saber tácido do sujeito e por fim acaba por não constribuir para o profissional. Recordo o eu segundom grau, onde inúmeras vezes questionávamos ao educador: Para que utilizaremos estes conteúdo?Então a resposta: um dia vocês saberão!
  • Durante o estágio com jovens e adultos busquei trabalhar a tecnologia procurei criar conscientizá-los que trata-se de um meio de facilitar o dia a dia, através da ilustração das situações como: o uso do caixa eletrônico, celular, urnas eletrônicas, cartôes de crédito;

Considerações sobre o texto “Avaliar na Cibercultura”

O texto “Avaliar na cibercultura” de Andrea Cecília Ramal trata sobre a necessidade de uma nova educação para atender aos requisitos formativos do sujeito atuante na sociedade do conhecimento.
As tecnologias digitais permitem que sejam feitas simulações, mudanças, ampliações até se chegar ao resultado mais adequado. A transmissão de informações pelo professor torna-se pouco significativa pois as tecnlogias atendem essa necessidade com extrema rapidez. No entanto, é preciso adquirir as habilidades e competências para buscar e selecionar as informações relevantes.
Nesse contexto, o processo de avaliação precisa mudar de enfoque, passar da quantificação baseada em notas, para a qualificação, percebendo o crescimento do educando, seus progressos e suas dificuldades e desenvolvendo estratégias para melhorar o processo de ensino-aprendizagem.Segundo a autora, a ênfase na avaliação deve passar dos produtos para os processos utilizados para se chegar ao resultado.
A aprendizagem por projetos vem ao encontro dessa necessidade pois os educandos são envolvidos diretamente, formando grupos de pesquisa de acordo com interesses comuns. Num projeto de aprendizagem não se tem certeza do resultado final antecipadamente, os conhecimentos são construídos coletivamente e interligados de forma interdisciplinar e transdisciplinar.
Nós brasileiros, possuímos ainda uma cultura de “apagar incêndios”, vamos em busca das coisas geralmente quando alguém com autoridade (como o professor) nos exige através de instrumentos específicos como provas, notas, ameaças de reprovação. Trabalhar por projetos de aprendizagem, ao contrário, exige iniciativa, autonomia e disciplina, pois cada membro da equipe precisa organizar seu tempo e ir em busca de soluções para seus problemas, respostas para sua dúvidas.
Em meu trabalho com projetos de aprendizagem estou aos poucos aprendendo a trabalhar em equipe, a buscar em diferentes fontes informações sobre nosso tema de pesquisa e trocá-las com minhas colegas na tentativa de ampliar os conceitos que possuímos. A própria divulgação de nossas pesquisas em um blog sintetiza uma mudança no cenário educacional, antes o que aprendíamos ficava arquivado, armazenado em nossas mentes; agora, nossas aprendizagens e nossas incertezas têm a possibilidade de alcançar muito mais pessoas, permitindo trocas de idéias e experiências num sistema aberto e cooperativo.


Referência: RAMAL, Andrea Cecilia. “Avaliar na cibercultura” . Porto Alegre:
Revista Pátio, Ed. Artmed, fevereiro 2000.

sábado, 1 de novembro de 2008

Avaliação

Oi gurias!! Nossa avaliação já foi postada?

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Nossa apresentação

Desculpa!

Oi gurias!!Desculpa...postei no nosso blog em vez do blog do outro grupo, mas aí vocês já veêm como ficou. Certo? Bjos!!

Avaliação

Conforme solicitado, estamos postando a avaliação da apresentação da última aula. Todos os itens estão dentro do que foi solicitado. O interessante foi a “ponte” feita com o conteúdo de outro grupo, complementando e reforçando o argumento do projeto de vocês. Foi importante quando a dupla apresentou o resultado de uma pesquisa e percebeu que os professores estão inseguros e não buscam a atualização em relação às tecnologias. Bom trabalho meninas! Abraços! Elenir, Jaqueline, Michele e Nádia.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

entrevista

1) Celular e computador, mas ainda não tenho um em casa.

2) tenho dificuldades, porque tem muita coisa que se pode fazer.

3) Eu não gosto muito. Minha filha adora mexer no computador quando vai nas lan houses, ela sabe tudo.

4) Se eu tivesse tempo e um computador na minha casa. Pretendo comprar um para meus filhos.

5) Algumas aulas, a professora nos traz no LABIN e aí eu faço só o que ela pede.

6) Ainda tenho muito que aprender, vou fazer um curso de informática para saber mais.


Aluno EJA, etapa I, Sapucaia

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Entrevistas

1) Que tecnologias você usa no seu dia-a-dia?

Só o celular. Meu filho tem uma câmera digital, mas eu não sei mexer. O computador eu uso as vezes na escola.



2) Sente dificuldades em utiliza-los?

Nao. Um pouco com o computador.



3) Voce gosta, sente interesse em utilizar tecnologias , quais suas preferencias?

Gosto bastante, principalmente quando a professora libera a internet. Gosto de escrever, jogas, ver sites de fofocas, novelas, namoro, fazer contas.



4) O que facilitaria o seu acesso?

Se tivesse um computador em casa.



5) Voce acha que as aprendizagens digitais na EJA tem contribuido para melhorar suas atividades no dia-a-dia?

Não uso computador no dia-a-dia, mas acho importante porque eu fico sabendo as coisas que acontecem no mundo e tambem aprendo palavras diferentes nos jogos.





Aluna da EJA esc. municipal de Sapucaia do Sul, etapa I, 37 anos

sábado, 18 de outubro de 2008

Infoexclusão

Pessoal,

Segue um link bem interessante sobre a infoexclusão!

Relação texto 07 e 08

Fazendo a relação com os textos 07 e 08 tem-se o um cenário onde a agilidade da informação passa a determinar os meios de produção, tornando as empresas mais competitivas. O sistema econômico atual valoriza o tempo em que as informações chegam, sendo que antigamente importava apenas chegasse.
Percebe-se o salto histórico que comunicação tem alcançado, pois há 500 anos, aproximadamente, utilizava-se mensageiros para encaminhar cartas, correspondências, hoje tem-se disponíveis e-mail, msn, blogs que em questão de segundos se retransmite uma mensagem que antigamente levaria dias.
A vantagem que se tem atualmente é que caso exista algum erro na informação, pode-se corrigí-la imediatamente, já antigamente, demoraria muito. Por outro lado percebe-se certa impaciência dos que estão acostumados coma informação ágil em relação a outros setores da economia que ainda não avançaram em agilidade, como por exemplo: Filas em bancos, posto de saúde, espera no ponto de ônibus entre outros.
A escola necessita acompanhar estas tecnologias, pois as crianças e o jovens cada dia mais têm este contato e querem sempre mais. Hoje reproduzir aulas onde não há interface com a tecnologia torna-se obsoleto para os jovens, crescendo consideravelmente o desinteresse.
Refiro-me que a criança e o jovem de hoje, fora da escola, possuem contato com a tecnologia através dos fliperamas, inicialmente e agora com Lan Houses mais precisamente. Então quando retornam aos "bancos" escolares se deparam com ensino ainda tradicional que provoca o desinteresse escolar. Particularmente, já presenciei situações neste sentido. Colegas de ensino médio que preferiam estudar em casa, pois o que o professor comentava em aula, poderiam buscar na internet e ainda mais um pouco. E o mais interessante, sempre se saiam bem nas atividades.É importante ressaltar que este não é o único fator a ser considerado para evasão na escola. Este fato é evidente com a explosão dos weblogs, local do sujeito, onde coleciona suas “figurinhas”, músicas, pensamentos, um espaço de ser ele mesmo ou de criar a imagem que gostaria de ser.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Apresentação projeto

Meninas, semana que vem teremos que apresentar nosso projeto de aprendizagem. Procurem publicar as experiências que vcs tiveram nos estágios, acho que isso é muito importante, se tiverem fotos para postar melhor ainda. Todos devem estar preparados para comentar e discutir a nossa produção até o momento, ninguém pode faltar, é momento de avaliação. Qualquer dúvida ou sugestão é só postar no blog, mandar um e-mail ou ligar, afinal formamos uma equipe!

Educação x contrastes

Através das observações nas aulas de EJA, das leituras e da pouca, mas significativa vivência que tive, percebo o quanto existem contrastes na nossa sociedade. Enquanto algumas crianças tem acesso desde muito cedo à internet e as demais tecnologias, muitos adultos não sabem sequer ler e escrever... A maioria deles não tem recursos financeiros para obter um computador ou uma câmera digital , por exemplo, dessa forma não as conhecem e ficam à margem da sociedade. Na tentativa de suprir essa carência, a escola utiliza alguns poucos computadores de forma errônea, apenas como um passatempo, uma brincadeira, e não como uma ferramenta importante no processo de aprendizagem.
Dessa forma, os alunos adultos não reconhecem o significado real da inserção digital nas suas vidas, no seu trabalho, na sua escola.
È necessário uma reforma na educação do país, novas propostas e políticas públicas para que possamos crescer , diminuindo as desigualdades e reduzindo esses contrastes.

Novo visual

Nossa, o novo visual do blog ficou muuuito legal!!! Parabens , Jaque pela idéia! Ilustra muito bem o tema do nosso projeto!!!
Como sera nossa apresentação do projeto na próxima aula(23/10)?
A Elenir me disse que montou uma apresentação em slides, porém não conseguiu conectar o blog, por isso vai nos mandar por e-mail e aí poderemos acrescentar o que acharmos necessário.
Ah, também estarei postando os resultados das entrevistas até o final da semana, estou organizando o material e estruturando melhor as respostas...
Qualquer dúvida ou sugestão para a apresentação continuamos nos falando!

Beijos e bom trabalho...

Projetos de aprendizagem no contexto da web 2.0


O texto “ Projetos de aprendizagem no contexto da web 2.0: possibilidades para a prática pedagógica” das autoras Daiane Trein e Eliane Schlemmer destaca a passagem da sociedade da informação, com a cultura de ensino de concepção empirista, para a sociedade do conhecimento baseada na cultura de aprendizagem de concepção interacionista- construtivista, conceitos esses presentes no nosso mapa conceitual.
Esse contexto de cultura de aprendizagem revela uma nova forma de perceber a web, não como simples local de disponibilização da informação (web 1.0), mas como um espaço cooperativo de produção de conhecimento (web 2.0).
A pedagogia de projetos é um passo importante em direção a uma prática desvinculada da simples transmissão de informações, uma prática instigadora e desafiadora, capaz de levar os educandos a estabelecerem relações e questionarem “verdades tidas como únicas e permanentes”. Quando a temática é de interesse do educando, esse tende a sentir-se motivado a ir em busca de novos conceitos e de trocar idéias com seus pares e é dessa forma que se constrói e se amplia o conhecimento.
Acredito que estamos no início desse processo. Analisando o trabalho do meu grupo, percebo o quanto ainda é difícil utilizar os ambientes virtuais para trabalhos cooperativos, fluem muitas informações, mas a troca de idéias e busca de soluções ainda é limitada, devido entre outros motivos às dificuldades de infra-estrutura tecnológica a que temos acesso e o próprio tempo que disponibilizamos para trabalhar em conjunto. No entanto, a partir do momento em que nós, “imigrantes digitais”, estivermos mais abertos e dispostos a aprender a utilizar as diversas ferramentas disponíveis na web 2.0 tanto mais avançaremos nesse processo.

Tentando fazer um slide!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Legal

Jaque...ficou muito melhor!!!Ficou mais apresentável e o layout ficou mais atraente!!!

domingo, 12 de outubro de 2008

Gurias!
Não resisti, mudei o modelo do nosso blog, caso não tenham gostado me avisem que refaço o layout. Bjs

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Meninas!

Achei esse recorte interessante pois confirma que não basta que o jovem ou adulto excluído tenha acesso ao computador e a internet, é preciso que ele desenvolva a habilidade de utilizar esses recursos em práticas sociais que melhorem sua qualidade de vida.

Exclusão Digital

O Brasil apesar do ter uma renda per capita relativamente alta e os gastos sociais que chegam a 21% do PIB, a maior parte das políticas adotadas pelo governo acabam não mirando os desvalidos, quando miram não chegam até eles e quando chegam não tem efeitos duradouros. É um dos motivos porque muitos ainda continuam excluídos do universo digital.
O que temos notado que a falta de clareza sobre o que é exclusão digital e quem é o excluído pode causar distorções semelhantes ao que ocorreu no caso do analfabetismo. Em princípio, a classificação genérica definia o analfabetismo simplesmente como aquele que não aprendeu a decifrar os códigos da escrita. Diante do desafio de superar esta situação, políticas públicas direcionaram grandes investimentos para que mais pessoas simplesmente aprendessem a “formar palavras” ou ler isoladamente cada vocábulo. Mas tarde, estudiosos da questão perceberam que este esforço pouco adiantou, pois gerou os “analfabetos funcionais”, ou seja, pessoas que sabem ter, mas não são capazes de interpretar as diversas mensagens. Portanto, o processo de comunicação pela escrita não estava se efetivando nesses casos.

É o que esta acontecendo com os excluídos digitalmente, pois a política praticada é de dar acesso ao computador e a Internet. E só isso não basta, pois para que haja a inclusão é preciso de uma distribuição adequada de recursos. Promover a habilidade das pessoas de usarem a máquina e a linha para se engajar em práticas sociais significativas. Ela deve forçar o engajamento de uma série de recursos, todos desenvolvidos e promovidos com vistas à melhoria social, econômica e ao poder político de público alvo e das comunidades visando assim minimizar o apartheid digital.

http://web.spei.br:8081/wokshop/Art-16.doc

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O trecho abaixo retirei da revista Nova Escola e ela traz uma reportagem intitulada "Tecnologia ao alcance de todos" e achei bem próprio para o nosso trababalho:
"Há uma década, computador em escola brasileira era, quando muito, privilégio de elite. Seu uso praticamente se restringia a processar textos e a internet era novidade absoluta. Hoje esses recursos são os mais básicos de uma enorme gama de opções.
Fazer parte dos novos tempos não depende apenas de equipamentos modernos. A interação que els permitem pede uma revisão dos métodos tradicionais de ensino. Quanto mais se mantiverem os hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor, menos diferença a tecnologia fará no aprendizado. Em muitas escolas, os computadores ficam durante a maior parte do tempo confinados a salas que só se abrem para aulas de informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico.
O papel do professor é dar um sentido ao uso da tecnologia, produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades."

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Comentários

Li alguns artigos encontrados no Google acadêmico que se identificam com nosso projeto de aprendizagem e acabei confirmando muitas de nossas certezas provisórias e obtendo algumas respostas para as dúvidas temporárias.
As pesquisas realizadas junto aos jovens e adultos em fase de alfabetização têm confirmado as dificuldades e resistências dos mesmos em interagir com as tecnologias de informação e comunicação. Esses jovens e adultos declaram que se sentem excluídos e que possuem menores oportunidades de emprego devido a essa condição.
Os textos também revelam a importância de se trabalhar a realidade dos alunos, sendo bastante ressaltado o método Paulo Freire através da escrita de palavras e frases e análise de imagens que promovam discussões e questionamentos sobre essa realidade.
A maioria dos alunos declarou que a educação digital tem um aspecto bastante positivo em suas vidas, como motivação para os estudos e melhores oportunidades de trabalho. Também ressaltam ser mais fácil escrever utilizando o computador, pois as letras já vêm prontas, já que muitos têm dificuldades para desenvolver a coordenação motora fina.
Quanto às resistências dos alunos, conforme os textos lidos, é importante deixar o aluno errar e errar junto com ele, para que perceba que a tecnologia digital não é algo inacessível e que exige conhecimento prévio para só então passar a utilizá-la, é praticando e fazendo relações que o conhecimento vai sendo construído.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

CONSIDERAÇÕES TEXTOS 7 E 8




O texto “Tecnologia na escola: criação de redes de conhecimentos” de Maria Elisabeth Bianconcini de Almeida faz referência aos altos índices de analfabetos funcionais, mostrando vínculos com nosso projeto de aprendizagem em relação à preocupação com a inserção dessas pessoas na sociedade do conhecimento.

Conforme destacamos em nosso mapa conceitual o acesso a tecnologia não basta é preciso saber usá-la na busca e seleção de informações de forma a resolver problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar nele de forma consciente.

A construção de redes de conhecimentos que utilizam ambientes colaborativos como os weblogs citados no texto de Suzana de Souza Gutierrez “O fenômeno dos weblogs: as possibilidades trazidas por uma tecnologia de publicação na internet” permitem troca de informações e experiências, relacionando o novo com o já conhecido, sendo cada membro da rede responsável e autor de sua aprendizagem e co-responsável pela aprendizagem e desenvolvimento de seus pares.

As redes de conhecimentos são sistemas abertos, portanto flexíveis e voltadas à mudança, à crítica do conhecimento enraizado. Nesse contexto os projetos de aprendizagem são de suma importância, pois permitem por em dúvida as certezas que temos, as verdades que tomamos como únicas. Através da investigação e da troca entre alunos, professores e comunidade, os conhecimentos vão sendo formados e transformados num processo contínuo.

Nas redes de conhecimento o professor não se anula como se pensava com o advento das tecnologias da informação, mas exerce uma função que vai além da simples transferência de informações. Ao professor cabe o papel de problematizador, organizando situações de aprendizagem em que os alunos num processo colaborativo, discutam, ampliem e transformem as informações, questionando sua pertinência, validade e importância na resolução de problemas e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

domingo, 28 de setembro de 2008

Textos sobre inclusão digital

Meninas!

Estou postando recortes de alguns trabalhos que encontrei no google acadêmico sobre o assunto da nossa problemática. Realcei de azul as partes que têm vínculo com nossas certezas provisórias e dúvidas temporárias. Abraços
ALFABETIZAÇÃO DIGITAL PARA JOVENS E ADULTOS: UMA PROPOSTA INOVADORA

Daniela Melaré Vieira BARROS
Doutoranda em Educação Escolar - UNESPAraraquara. Docente da Universidade do Sagrado Coração USCBauru, SP. E-mail: dmelare@fc.unesp.br.


O método Paulo Freire mediado pelo digital

A exclusão digital é um termo amplo e que engloba diversos princípios da sociedade da informação e do conhecimento. Ocorre de várias formas, mas especificamente ao se privar as pessoas de três instrumentos básicos: o computador, a linha telefônica e o provedor de acesso a web. O resultado disso é o analfabetismo digital, a pobreza e a lentidão comunicativa, o isolamento e o impedimento do exercício da inteligência coletiva (SILVEIRA, 2001).
[...]
Inicialmente, Freire propõe um estudo sobre o universo vocabular e temático dos jovens e adultos que serão alfabetizados. É necessário analisar a realidade social na vida, no pensamento e no imaginário das pessoas. Essa descoberta do mundo mediante a fala dessas pessoas deve servir para criar um momento comum de descoberta, em que palavras, desenhos, fotos, frases, dados, enfim, informações com as quais se terá um universo, daí surgindo o que Freire denominou palavras geradoras.
Na alfabetização digital, paralelamente a esse trabalho de pesquisa do ambiente social vivenciado pelo alfabetizando, é necessário buscar, nas tecnologias, meios que auxiliem na seleção de maiores informações e atualizações sobre essas palavras geradoras, potencializando-as. A tecnologia vem potencializar as informações sobre essas palavras facilitando assim o trabalho a ser desenvolvido.
Assim como há na alfabetização necessidade de algumas habilidades para ocorrer o processo, para a alfabetização digital também são necessárias algumas habilidades, como: a coordenação motora com o mouse, que deve se iniciar pela descoberta da lateralidade e da conexão do mouse na tela; em seguida, o reconhecimento dos símbolos do computador na representação do aluno, símbolos essenciais para a percepção e a associação às tarefas que o computador pode desenvolver: e, em seguida, a capacidade de gerenciar e coordenar os cliques e a direção do mouse. Já o uso do teclado deve ser iniciado a partir da alfabetização das letras e sons. O uso do computador para adultos analfabetos deve ser realizado após os primeiros contatos com as sílabas e palavras, já que este é um outro universo de linguagens, solicitando um conhecimento prévio dos símbolos da leitura e escrita.
Ao contrário das crianças, o adulto analfabeto não está imerso no mundo dos símbolos da tecnologia (por isso, para elas o contato com as tecnologias se torna muito mais rápido). Ao iniciar a alfabetização digital, há necessidade de deixar que o adulto explore o aparelho computador e descubra suas peculiaridades, como o mouse, o teclado e monitor, além do hardware. O aluno precisa familiarizar-se com ele aos poucos e, a partir de algo concreto, conhecer um universo que, para ele, pode ser desconhecido e, muitas vezes, assustador.

Após esse trabalho de sensibilização, deve-se usar o computador de forma técnica com exercícios de cliques do mouse em imagens scaneadas da realidade desses alunos, coletadas na pesquisa realizada no universo cultural em que vivem. As imagens podem ser disponibilizadas em arquivos previamente selecionados pelo professor. Assim, o professor orientador do trabalho está inserido em um contexto em que suas ações são mediações pedagógicas. Segundo Moran, Masetto e Behrews (2000, p.144)

Por mediação pedagógica entendemos a atitude, o
comportamento do professor que se coloca como um
facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que
se apresenta com a disposição de ser uma ponte entre o
aprendiz e sua aprendizagem [...] é a forma de se apresentar
e tratar um conteúdo ou tema que ajuda o aprendiz a coletar
informações, relacioná-las [...] com seus colegas, com o
professor até chegar a produzir um conhecimento que seja
significativo para ele [...]

[...]
Na alfabetização digital, a questão do diálogo se torna um processo de interface entre homens e máquina: após o aprendizado técnico, a relação se torna processo entre homens e informação.
A busca da informação e as palavras geradoras, digitadas nos buscadores como: google, cadê, altavista, yahoo, miner, dentre outros, trarão uma outra perspectiva de diálogo, não pensado anteriormente, em decorrência da falta de informação atualizada e diversificada.
A decodificação das palavras traz, ao mesmo tempo, sua associação a um núcleo de questões existenciais ligadas à vida do alfabetizando, que começa a enxergar algo que jamais pôde compreender tanto na sua condição social como nas relações que envolvem esse processo no seu país e no mundo. Essa decodificação ampliada, de cunho científico e social, deve ser priorizada nas alfabetizações aqui propostas, uma pelo diálogo, e a outra pela busca de informações.
Obviamente os alunos terão dificuldades na experiência, mas cabe ao professor-orientador estimular e despertar o interesse desses aprendizes.
Um aspecto central a ser ressaltado é o “medo” natural da maioria dos adultos em relação ao computador, medo esse que vai desde o dano material, de quebrar algo, até o medo de não ser capaz de realizar as ações proporcionadas. A forma de conduzir isso é não cobrar, mas sim afirmar e agir de forma contrária a esses “medos”. Para isso, o professor-orientador deverá errar junto e deixar claro que a aprendizagem é algo colaborativo, fruto de tentativas de acertos e erros, uma vez que o importante, no final do processo, é a experiência proporcionada
.
[...]
Após a palavra geradora, Paulo Freire traz o conceito dos temas geradores, usados no período de pós-alfabetização, quando os alunos já alfabetizados de forma funcional, com habilidades de leitura e escrita, conseguem, com o tema gerador, realizar um processo de reflexão mais amplo e elucidativo.
Para os temas serem selecionados, utiliza-se a mesma forma empregada para a escolha da palavra geradora, recolhendo material mediante o conhecimento do ambiente e dos alunos. Esses temas geradores devem ser distribuídos seguindo um roteiro que destaque:
- A natureza e o homem: o ambiente.
- As relações do homem com a natureza: o trabalho.
- O processo produtivo: o trabalho como questão.
- Relações de trabalho.
- Formas de expropriação: relações de poder.
- A produção social.
- Formas populares de resistência e de luta.
Esses temas geradores proporcionam, além da compreensão de mundo no que chamamos de conscientização, a produção do diálogo dos educandos em torno dos temas, e, finalmente os debates. Em Freire (1992), na etapa da alfabetização, o que se pretende não é ainda uma compreensão profunda da realidade que se está analisando, mas desenvolver aquela posição de estímulo à capacidade dos alfabetizados como sujeitos do conhecimento desafiados pelo objeto a ser conhecido. É exatamente a experiência sistemática desta relação que é importante, isto é, a relação do sujeito que procura conhecer o objeto a ser conhecido. Na etapa posterior é que este processo se afunila e traz modificações para o sujeito.
[...]
A construção dos próprios textos pela imagem proporciona aos alfabetizados significados na elaboração do texto escrito. Nas análises de Gutierrez e Prietro (1994), o significado para o aprendiz, na construção de seu texto, caracteriza-se por:
- Confrontar-se com os textos institucionais através de um olhar crítico do seu próprio texto.
- Realizar um progresso visível em seu próprio processo de aprendizagem.
- Possibilitar formas pedagógicas de apropriação dos temas e análises realizadas.
- Obrigar a observar seu contexto e a extrair informações dele mesmo.
- Materializar sua aprendizagem num produto próprio.
Tais sugestões são possibilidades iniciais de trabalho educativo, tendo em vista que, com o progresso e desenvolvimento da alfabetização, conquista-se uma amplitude maior e outras formas de atividades e exercícios com os infinitos recursos da tecnologia. Esse estudo tem por meta uma cultura de uso e possibilidade prática da inclusão pedagógica, não só pelo acesso a ela mas pelo seu uso na educação. As atividades propostas são possibilidades iniciais de sensibilização e início de uma integração mais sólida com o uso da tecnologia. A partir do uso técnico inicial como recurso, abrem-se as primeiras tentativas de uso de forma pedagógica. Esse trabalho ocorre paralelamente ao proposto, ou acontecerá depois, em um segundo momento de discussões e sugestões de trabalho.
A alfabetização freireana e a alfabetização digital aqui sugerida estão ligadas diretamente ao que Freire denomina democratização da cultura, em que a consciência crítica é a representação das coisas e dos fatos como se dão na existência empírica. Nas suas correlações causais e circunstâncias, a consciência ingênua se crê superior aos fatos, denomina-se fora, por isso, se julga livre para entendê-los conforme melhor lhe agradar.
O objetivo central dos escritos de Freire sempre foi a inclusão de todos no contexto social, como também é o desenvolvimento da reflexão e da conscientização dos processos que os conduzem para poder analisar e ter o poder de decisão sobre a sua situação de cidadãos. Paulo Freire enfrentava, para conseguir isso, uma sociedade de analfabetismo e ditadura do diálogo.
Hoje, algumas décadas depois, o mesmo problema sobrevive na sociedade da informação e do conhecimento; a grande mudança é que temos um novo instrumento para o processo, as tecnologias da inteligência, especificamente o computador e a Internet. A irreversibilidade do progresso da técnica e ciência nos condiciona à imersão e à relação com essas novas formas sociais. A tecnologia não pode ser desprezada e nem negada, o processo é intrínseco, mas ela pode construir e atualizar o mesmo contexto que Paulo Freire analisava nas décadas anteriores. A proposta que corresponde a essa situação é aqui denominada alfabetização digital paralela à alfabetização e ao letramento dos milhões de adultos analfabetos.
A democracia priorizada nos escritos da educação libertadora freireana também aqui é priorizada com a tecnologia. De acordo com Silveira (2001), podemos afirmar que a democracia com o digital pode ajudar o cidadão a acabar com o monopólio da informação.
Hoje as possibilidades de conscientização são muito maiores, mas ao mesmo tempo as possibilidades de alienação também se multiplicaram. A necessidade das pessoas, hoje, é a condição de acesso e busca de informação para viver e acompanhar as mudanças que interferem diretamente na sua vida cotidiana. Para isso são necessárias a alfabetização e a alfabetização digital, dois desafios que se colocam atualmente, uma vez que não é mais possível pensar na alfabetização de jovens e adultos sem pensar sobre a tecnologia neste processo.

http://mestrado.mouralacerda.edu.br/plures/Plures2005internet.pdf#page=63

Educação de jovens e adultos e as novas tecnologias:
perspectivas para inclusão social.

Vanúbia Pomponé da Silva
Professora estagiária do Programa SESI – Educação do Trabalhador
Estudante de Pedagogia – Universidade do Estado da Bahia
Salvador, 2002

Países como o Brasil, que vive a mercê do capital estrangeiro, adota políticas compensatórias de educação para o jovem e adulto para demonstrar estatisticamente o aumento do nível de escolaridade do trabalhador. Porém, não é qualquer escola que poderá formar pessoas para atuar numa sociedade comandada pelo desenvolvimento tecnológico. Não é o saber instrumental e técnico que irá garantir a inserção do educando adulto na cultura digital promovida pelas novas tecnologias, mas sim um saber que consiga romper com a dicotomia teoria x prática e com a ideologia de que uns nasceram para pensar e outros para executar. A qualificação é demonstrada quando o trabalhador questiona a sua prática e busca através da reflexão , meios para modificá-la. Portanto, possibilitar o acesso do educando trabalhador às novas tecnologias torna-se uma necessidade urgente, e a escola, como instituição responsável pela formação técnico científico do cidadão precisa inserir em seu currículo os elementos da cultura digital. Diante disso é importante refletir como a escola está desempenhando a sua função na contemporaneidade.
[...]
O advento das novas tecnologias traz novas formas de pensar, agir, de se relacionar. Com a internet, o tempo e o espaço são modificados, permitindo a utilização de várias linguagens na comunicação. Esse “cidadão do futuro” tem acesso constantemente a vários tipos de informação e será exigido dele a habilidade para selecionar as informações necessárias, a capacidade de resolver problemas, a possibilidade de lidar com diversos pontos de vista. É preciso que a escola modifique suas antigas estruturas e se adeqüe aos novos tempos.
E o que fazer com o cidadão do presente? De que forma integrar jovens e adultos, que tiveram pouco acesso à cultura letrada, à cultura digital? Percebe-se que estas pessoas são excluídas das discussões e das ações que se referem às novas tecnologias, tanto por políticas públicas como por iniciativas privadas. Constantemente, muitos são excluídos do mercado de trabalho, pois as atividades que exerciam não são mais necessárias para um mercado competitivo, exigente e instável. Isto cria uma imagem negativa das tecnologias: um recurso que veio para substituir o trabalho do homem. Não sabendo ele que as NTCI´s são suas aliadas e que o motivo da sua exclusão deve-se a um projeto político social de uma sociedade capitalista excludente, que não democratiza o saber científico tecnológico.
Percebe-se que mesmo quando esse adulto é colocado diante de um computador ou de qualquer outra máquina da geração atual, ele demonstra uma certa resistência. E o que faz esses adultos serem resistentes a essas tecnologias? Talvez a própria situação citada acima pode fazê-los a acreditar que as NTCI’S são suas rivais e por isso preferem não compactuar com elas. Ou então, a baixa estima adquirida nesses processos de exclusão, faça-os a internalizar que são incapazes de interagir com as tecnologias e, mesmo querendo se adaptar aos novos tempos, o seu inconsciente se encarrega de implantar uma barreira entre eles e a máquina.
Alguns cursos de alfabetização de jovens e adultos existentes nem sempre percebem a necessidade de incluir esses alunos na era digital, isto porque o seu maior objetivo é que eles adquiram os códigos da cultura letrada. Mesmo assim, a metodologia utilizada pelos professores para a aquisição desses códigos tendem a ser a mesma usada com crianças, pois muitos desconhecem como se processa a aprendizagem no educando jovem ou adulto. Os jovens e adultos precisam saber manipular um cartão bancário ou de crédito ao utilizar um terminal, manusear um vídeo cassete, um controle remoto, calculadora, etc., apesar da alfabetização digital não se resumir a isso.

http://telecongresso.sesi.org.br/4telecongresso/arquivos/biblioteca/Educa%E7%E3o%20de%20Jovens%20e%20Adultos%20e%20Novas%20Tecnologias..doc

Aprender com novas tecnologias
Uma abordagem a partir da Educação de Jovens e Adultos

Andrea
Cecilia Ramal
Diretora Executiva da empresa Instructional Design, de consultoria pedagógica. Doutora em Educação pela PUC-Rio. Educadora de jovens e adultos durante 15 anos.

[...]
As tecnologias intelectuais da pós-modernidade - com seus suportes hipertextuais, interconectados e interativos - questionam a escola e sua fragmentação disciplinar, suas grades curriculares tão pouco propícias ao diálogo entre os saberes. O mundo digital, no qual cada navegante é um autor de percursos, questiona a escola e sua incapacidade de personalização - na medida em que todos têm que estudar tudo ao mesmo tempo e no mesmo ritmo -; seu esquema seqüencial de níveis, como se o conhecimento fosse um estoque que pode ser acumulado; seu monologismo, no qual aparecem unicamente as vozes mais autorizadas.
Na educação de jovens e adultos que se desenvolve nesta era da informação, será preciso implementar um ensino mais próximo das necessidades reais do cotidiano, das exigências do mundo do trabalho. Porque aprender será algo cada vez mais próximo de preparar-se para a vida e para ser um cidadão capaz de cumprir bem o seu papel no mundo. Provavelmente a sala de aula se tornará mais interativa, um espaço de diálogo em que todos aprendem. Os professores não poderão mais dominar toda a informação e passarão ao papel de interlocutores, de orientadores do estudo, de companheiros de aprendizagem. Ocorrerá o que o Paulo Freire previu: ninguém educa ninguém, ninguém é educado por ninguém: os homens se educam uns aos outros, em comunhão.
Outra contribuição interessante trazida pelas tecnologias é a possibilidade de incorporação do multicultural. A Internet é o espaço de todas as falas, de todos os sites, de todas as vozes. Pode ser que essa navegação pelo mundo virtual, que é o mundo da diversidade, nos ajude a construir uma sala de aula que incorpore mais as diferenças, assuma as histórias, as línguas e culturas particulares dos sujeitos do processo educativo, abrindo-se à pluralidade, e permitindo que as diferenças ganhem um novo significado na solidariedade democrática. Tal pedagogia tomaria a comunicabilidade como seu maior desejo cultural e ético.
O mundo do trabalho torna-se cada vez mais exigente, e a capacidade de uso dos computadores pode ser, muitas vezes, uma arma poderosa para a valorização do trabalhador. Em função disso, na educação de jovens e adultos, a incorporação das tecnologias permitirá aos jovens e adultos uma maior inserção na dinâmica social.
No âmbito político, a importância da educação com tecnologias é evidente. Para desempenharem de maneira plena seus papéis como cidadãos, tanto o jovem como o adulto precisarão participar do mundo digital, o que vai lhes permitir expor as próprias idéias, participar de debates, defender seus posicionamentos. Nesse sentido, a aprendizagem com tecnologias se torna também um meio facilitador do engajamento social e político dos jovens e adultos enquanto cidadãos atuantes na sociedade. [...]

http://www.informacao.srv.br/telecongressodemo/lib/biblioteca/uploads/334.doc

VOZES DISCENTES E DOCENTES SOBRE CONDIÇÕES,
OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES DO USO DAS TICs NA EJA
Cynthia Rúbia Braga GONTIJO
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
Maria Rita Neto Sales OLIVEIRA
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

[...] Telles (1998), em seus estudos sobre a presença das TICs no mercado de trabalho no Brasil, adverte que, nesse contexto, vem se institucionalizando uma dualidade entre o que ele denomina de “trabalhadores integrados” nos circuitos modernos da economia, porque aprenderam em cursos formais ou mesmo na prática cotidiana utilizar essas tecnologias para maximizar a produtividade dos processos e produtos envolvidos, e o que ele denomina de “trabalhadores não-integrados”, porque não desenvolveram condições concretas para utilizá-las com esse propósito.
Ressalta-se que no interior do grupo dos “trabalhadores não-integrados”, há aqueles que sequer desenvolveram condições de utilizá-las para resolverem “problemas” cotidianos imersos nas relações sociais mediadas culturalmente pelas tecnologias, tais como operar: máquinas eletrônicas que vendem passes para a utilização de ônibus coletivos; um caixa eletrônico de um banco; uma urna eletrônica utilizada em épocas de eleições, entre outros.
Entende-se que no contexto analisado por Brunner (2004) demanda-se do trabalhador a formação para o uso das TICs. Entende-se, também, que uma formação, para o uso dessas tecnologias, em sintonia com a complexidade das sociedades contemporâneas, abarca o fenômeno do letramento tecnológico.
Para Coelho (2002), o letramento tecnológico envolve a idéia de formação para a fluência em TICs, ou seja, uma formação que possibilite aos sujeitos construírem capacidades para utilizarem, reformularem as informações e conhecimentos, expressarem-se criativa e apropriadamente e produzirem informações, em vez de meramente decodificá-las.
Percebe-se que, no contexto analisado, as demandas formativas postas às escolas também se complexificaram. Diante dessa constatação, produziu-se, nas últimas décadas do século XX, um conjunto de argumentos para justificar a incorporação das TICs no trabalho escolar, destacando-se que essa incorporação determinaria ou potencializaria mudanças qualitativas nos processos pedagógicos e determinaria ou potencializaria maiores condições de inserção ou ascensão do sujeito no mercado trabalho.
[...]
Pereira et al. (2001), em estudo realizado, em Florianópolis/Santa Catarina, que tinha como objetivo identificar os comportamentos dos alunos da EJA em contextos de uso das TICs, constatam que (i) há uma desmistificação progressiva do computador a partir de um contato livre do aluno com esse instrumento; (ii) isso lhes possibilita a capacidade de enfrentar desafios que se apresentam em cada momento da aprendizagem; (iii) o aluno torna-se mais curioso na busca de solução de problemas e (iv) isso propicia o desenvolvimento da criatividade e da iniciativa na realização de atividades, o que evidencia sua autonomia e resgate da sua auto-estima.
O estudo desenvolvido por Bovo (2001) com 20 alunos da EJA na cidade de Curitiba/Paraná, que objetivou analisar como o uso do computador pode auxiliar o processo ensino-aprendizagem e contribuir para a melhoria da qualificação para o mercado de trabalho, sinaliza que o computador é um instrumento que contribui, efetivamente, para a superação das dificuldades na aprendizagem do aluno da EJA e os auxilia na melhoria da qualificação para o trabalho. Entre as suas conclusões, destaca-se que, em relação ao uso do computador, todos os 20 alunos gostaram das aulas com a utilização desse instrumento, mas 12 deles tiveram medo inicial, que foi sendo superado; 17 aprimoraram-se na leitura e na escrita; 20 motivaram-se para a realização das atividades propostas; seis perceberam mudanças no trabalho e 17 aumentaram suas expectativas em relação à ascensão profissional.
Já o estudo desenvolvido por Brasileiro (2002) amplia o seu escopo em relação aos estudos apresentados anteriormente, pois buscou compreender a influência das TICs na configuração do perfil dos alunos da EJA no contexto de produção sócio-cultural em que estão inseridos esses sujeitos. Em sua pesquisa empírica, realizada em BH/MG, Brasileiro (2002) constata que durante as aulas formais professores e alunos se atinham àqueles conteúdos classicamente vinculados aos programas oficiais. No entanto, no intervalo o assunto era novela, jogos de fliperama, ídolos, notícias do rádio. Os resultados da sua pesquisa foram: (i) o computador está presente no imaginário juvenil como um elemento vital; (ii) os jovens revelaram sentirem-se excluídos do processo de informatização da sociedade; (iii) entre os recursos que os educandos gostariam de ter na escola, o computador é o mais almejado. Para 98% deles, o computador na escola poderia contribuir para uma educação de mais qualidade, pois acreditam que com essa tecnologia na escola teriam mais acesso à informação; (iv) alguns educandos consideram que o uso do computador potencializaria o seu desenvolvimento de habilidade requerida pelo mercado de trabalho; (v) alguns educandos consideram que o uso do computador proporcionaria maior motivação para a realização das atividades pedagógicas.
O estudo de Gonçalves (2006), realizado com uma turma do Movimento de Alfabetização, em São Carlos/São Paulo, investigou quais são as contribuições e dificuldades do processo de inclusão digital na alfabetização de jovens e adultos da EJA e quais são os fatores potencializadores do processo de inclusão digital para a re(afirmação) de identidades desses sujeitos. Os resultados de seu estudo foram: (i) os 14 estudantes consideram que a utilização do computador no processo de elaboração de atividades de aquisição da leitura e escrita “facilita” o desenvolvimento das mesmas, pois “[...] o computador já traz as letras prontas no teclado, cabendo aos alunos se preocuparem em identificar as letras através do som, sem a grande preocupação que apontam em ter que desenhar a letra [...]” (GONÇALVES, 2006, p. 9) e (ii) a maioria dos estudantes entrevistados consideram que a inclusão digital potencializará exponencialmente a sua inserção no mercado de trabalho, pois reconhecem que entre as demandas requeridas ao trabalhador pelo mercado de trabalho, destaca-se o “saber usar tais tecnologias”.

http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema6/TerxaTema6Artigo2.pdf

ESPAÇO DE CRIAÇÃO: UMA POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO
DIGITAL

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação Educação (Currículo)
Revista E-Curriculum
DA SILVA, Nilce.

Indicadores objetivos acerca do mundo digital no início do século XXI
De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), apenas 305 milhões de pessoas, 5% da população mundial, têm acesso à Internet. Destas, aproximadamente, 45% encontram-se nos Estados Unidos da América do Norte; em torno de 28 %, na Europa; 22 %, aproximadamente, na Ásia; 3,5% na América Latina, e o restante, no continente africano.
Neste sentido, cabe ressaltar que 40% da população mundial não têm interruptores nas paredes dos lugares em que moram e, surpreendentemente, 65% da mesma nunca usou o telefone como meio de comunicação.
No caso brasileiro especificamente, apenas 8% da população, em torno de 14 milhões de pessoas podem acessar a Internet de suas casas, sendo que destes, mais de 50% possuem nível superior completo.
Tem-se também, a partir do índice ‘e-gov’ _ com escala de 0 a 5 _ criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil recebeu o escore 2, 24, sendo que o país melhor colocado foi o EUA, com escore 3,11 e o Líbano recebeu a pior classificação, sendo que a este país o valor dois foi atribuído.
Interessante ainda ressaltar, no que tange a desigualdade dos números neste assunto, as seguintes condições em que vivem os brasileiros. Em torno de 70 milhões de brasileiros precisaria poupar a sua renda durante, aproximadamente, oito anos para conseguir comprar um computador pessoal básico.
Neste sentido ainda, segundo dados do Instituto de Matemática e de Computação da Universidade de São Paulo, as causas para tal período de tempo constituir-se-iam pela falta de estrutura das telecomunicações, preço dos computadores, gastos com tarifas telefônicas e provedores, domínio do idioma inglês que domina 80% dos WEBSITES, dentre outros fatores.
Pensamos que, frente a estes indicadores objetivos que retratam o acesso ao mundo digital hoje e, note-se bem, não espelham a realidade da criação deste mundo digital, percebe-se a reprodução social desigual das demais distribuições de educação, saneamento básico, renda per capita, ou seja, distanciamento social gritante entre países desenvolvidos e os outros.
[...]
Com relação aos termos ‘inclusão digital’ e seu respectivo antônimo, ‘exclusão digital’, há um consenso na literatura da área, assim como, na mídia das seguintes partes de uma mesma definição. Sendo assim, temos conhecimento de que ‘inclusão digital’ significa:
a) A erradicação do ‘analfabetismo digital’;
b) A promoção do ‘alfabetizado digital’;
c) A democratização do acesso ao conhecimento digital;
d) Elaboração de políticas públicas que permitam a inserção das pessoas no mundo da informática;
e) Ações governamentais ou não que ampliem o número de usuários da Internet;
f) A oportunização do acesso às tecnologias da informação independentemente da classe social e da localização geográfica do usuário;
g) Parte da luta a favor da cidadania;
h) É uma ponte para encontrar um emprego melhor;
i) Facilitar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação de modo crítico para o desenvolvimento do ser humano;
j) MODOS de promover a inclusão social;
k) Incentivo de diferentes agências e instituições que por meio das novas tecnologias favoreçam o empreendedorismo, o encontro de um emprego melhor e uma melhora de vida do usuário;
l) Um conjunto de atitudes;
m) Fatores que pretendam colaborar para a inserção social das pessoas mais pobres no mundo;
n) A capacidade de usar as novas tecnologias;
o) Um modo de proporcionar novos horizontes às pessoas;
p) O possibilitar a todos o acesso às informações;
q) Possibilitar aprendizado e o diálogo sem fronteiras;
r) Possibilidade de uma pessoa dirigir sua própria formação;
s) A possibilidade de compartilhar a rede propagando valores tais como: democracia, direito à informação, cidadania, justiça, eqüidade, dentre outros;
t) A defesa de políticas públicas, nacionais ou estrangeiras que ofereçam a toda população o acesso ao computador e a Internet. Exemplo: tele-centros, instalação e manutenção de equipamentos em escolas e outros locais públicos;
u) A destruição de mitos que se construíram em torno da figura do computador como algo muito complicado de ser usado;
v) A promoção, o esclarecimento, treinamento, capacitação e desenvolvimento das pessoas com baixo poder aquisitivo para que as mesmas diante de um computador com acesso à Internet saibam aproveitar das suas ferramentas;
w) A facilitação para compra de computadores para os menos favorecidos por meio de políticas públicas de empréstimos bancários;
x) Permissão para que todas as camadas sociais tenham igualdade de acesso às novas tecnologias da informação;
y) Uma nova alfabetização – que beneficie o aprendiz e ainda a sociedade – que pretenda facilitar a capacidade de localizar, processar e utilizar a informação de maneira eficaz por meio da aquisição das habilidades básicas para o uso de computadores e da Internet.

http://www.pucsp.br/ecurriculum/artigos_v_1_n_1_dez_2005/nilceartigo.pdf

INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE PESSOAS ADULTAS: SUPERANDO
EXCLUSÕES E CONTRIBUINDO PARA ALFABETIZAÇÃO E PÓSALFABETIZAÇÃO


HENRIETTE GONÇALVES, Becky – UFSCar.

No contexto da sociedade capitalista, também denominada de sociedade industrial, as exclusões se apresentam nos mais diversos contextos e com diferentes sujeitos. Nesta sociedade, pautada na exploração do homem pelo homem, o modelo de desenvolvimento é baseado no crescimento econômico e na produção material, revelando-se profundamente desigual.
Esta sociedade industrial, sob a perspectiva de Flecha, Gómez e Puigvert (2001), tem seu eixo pautado na produção dos recursos materiais, que na década de 1970 passou a ser questionado no sentido de seu esgotamento enquanto modelo de desenvolvimento de sociedade industrial, caracterizando o que Habermas (1980) chama de crise na estrutura de um sistema social, iniciando-se assim uma nova concepção de sociedade, que é então indicada por Daniel Bell, com o eixo agora pautado na informação, denominada de sociedade pós-industrial ou sociedade da informação.
Tal processamento e seleção de informação, segundo Flecha, Gómez e Puigvert (2001), devem ser feitos com base na reflexão humana ajudadas por tecnologias que surgem da própria comunicação entre os sujeitos.
Mas, mesmo diante desta nova configuração social, são reforçados ainda os mais variados tipos de exclusões, dentre elas, a gerada pela própria formulação dos métodos de ensino, o que muitas vezes leva o educando ou educanda a abandonar os estudos antes mesmo de sua conclusão.
Além das exclusões advindas da sociedade desta maneira configurada, os educandos e educandas lidam com outro tipo de exclusão, denominada por Taylor (1994) de misrecognition, ou auto-proteção2, que mostra não apenas uma carência de um devido respeito, como também, pode causar cicatrizes que deixam indivíduos debilitados com o processo de auto-aversão.
Por longos anos a escola auxiliou a reproduzir e a acentuar as desigualdades sociais postas pela forma de organização da sociedade, hoje agravadas pela consolidação da pseudoglobalização e da sociedade da informação da forma que são postas.
Ainda que atualmente excludente, a sociedade da informação permite uma maior possibilidade de democratização de informação e conhecimento segundo Flecha, Gómez e Puigvert (2001), o que permite superar ou diminuir algumas das piores desigualdades existentes, devendo os movimentos sociais e os países em desenvolvimento lutar para esta democratização do conhecimento e da informação.
Além de selecionar e lidar com informações em tempo real, na atual sociedade são exigidos também conhecimentos tidos como prévios, a leitura e a escrita, bem como domínio e controle de instrumentos de alta tecnologia. E este ainda não é o perfil de milhares de homens e mulheres que se encontram em salas de educação de jovens e adultos e de tantos outros que continuam a ter negado o acesso à escolarização.
Diante desta realidade, é necessário, como aponta Freire (2005), lutar por uma educação libertadora, que se paute no diálogo, em uma relação horizontal entre os sujeitos, que estimule a reflexão e a ação, em uma transformação criadora, que lute pela emancipação do homem na busca, em comunhão, do ser mais, com a consciência crítica integrada à realidade.
No processo de alfabetização, fundamental para inserção ainda que inicial na sociedade da informação, o educando deve ser o sujeito de seu processo de aprendizagem, ou seja, de sua alfabetização, que é para Freire (1979), um ato de criação, capaz de desencadear outros atos criadores, pois basta ser homem3 para realizar relações com a realidade, não precisa ser alfabetizado.
Portanto, certamente, a chave para a alfabetização, enfocando aqui a educação de pessoas jovens e adultas, sob a perspectiva de Freire, é a anterior leitura do mundo, precedendo a leitura da palavra. Freire e Macedo (1990), afirmam que os alfabetizandos precisam compreender o mundo, o que implica falar a respeito do mundo e este exercício da oralidade é fundamental na prática da alfabetização.
Desta maneira, não é viável separar a alfabetização do processo produtivo da sociedade. O ideal é uma abordagem concomitante, em que a alfabetização evolua em diversos ambientes, afinal tanto a alfabetização, como a pós-alfabetização (educação) são expressões culturais.
Sendo então a educação regida pelo contexto de seu tempo e atendendo às necessidades de sua sociedade, como afirma Freire (1979), é fundamental que esta se adeqüe a fim de colaborar com as superações de exclusões presentes na sociedade da informação.
Várias são as diretrizes que a educação pode assumir a fim de realizar tais superações e a utilização de novas tecnologias enquanto ferramentas no processo de ensino-aprendizagem é uma delas.
O uso de tecnologias no processo de alfabetização, tais como o computador, por exemplo, devem se encontrar a serviço da humanização, tanto de oprimidos quanto de opressores, como discute Freire (2005). E neste processo de humanização as tecnologias devem ser utilizadas enquanto escravas desta humanização e jamais enquanto senhoras.
Assim sendo, esta pesquisa traz enquanto objetivos investigar quais são as contribuições e quais são os empecilhos do processo de inclusão digital na alfabetização de jovens e adultos e quais são os fatores que podem potencializar a superação da autoproteção nos educandos e educandas e quais elementos são obstáculos neste processo.
A pesquisa foi realizada em uma turma de educação de jovens e adultos, que uma vez por semana utilizava o computador enquanto ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, a inclusão digital, ou seja, uma vez por semana as atividades de alfabetização e de pós-alfabetização, pois se tratava de uma turma multisseriada, eram elaboradas e aplicadas no computador, utilizando também seus recursos e comandos tecnológicos.
Compuseram a turma 14 (catorze) educandos e educandas, sendo onze mulheres e três homens, com idades variadas entre 40 (quarenta) e 82 (oitenta e dois) anos. Dos 14 (catorze) educandos e educandas, 12 são aposentados, seja por tempo de serviço ou por problemas de saúde e 2 (duas) alunas estão desempregadas, tendo atuado anteriormente enquanto auxiliares domésticas.
Para desenvolver o trabalho foi utilizada a metodologia comunicativa, que é pautada na coleta e análise conjunta dos dados, entre sujeitos e pesquisadora. Para coleta dos dados foram utilizadas observações e anotações em diário de campo, entrevistas em profundidade com os educandos e educandas e tertúlias dialógicas, que são discussões conjuntas baseadas em determinado assunto, sempre focando o uso do computador e as novas tecnologias.
Desta maneira, os dados coletados e analisados com os participantes disseram respeito essencialmente às contribuições da utilização do computador para a alfabetização e pós-alfabetização e também seus benefícios para a qualificação para o mundo do trabalho.
Os participantes da pesquisa afirmaram unanimemente que a utilização do computador, tanto na elaboração de atividades de aquisição da leitura e escrita, como na aplicação destas, ou seja, os alunos e alunas fazerem as atividades no computador, auxiliava muito. Afirmaram que se torna mais fácil, pois o computador já traz as letras prontas no teclado, cabendo aos alunos se preocuparem em identificar as letras através do som, sem a grande preocupação que apontam em ter que desenhar a letra, processo este que segundo eles é deveras penoso, afinal são adultos e até mesmo idosos que desenvolveram sempre atividades que exigiam muita força nas mãos e hoje em dia lidar com a sensibilidade e precisão de um lápis é um fator complicador. Chegam a comparar as letras no teclado com o alfabeto móvel. Afirmam que através das letras prontas no teclado se torna mais fácil escrever, sendo também mais fácil reconhecer as letras ali escritas.
Outro fator que apareceu com freqüência durante a pesquisa foi a importância desta inclusão digital na qualificação para o mundo do trabalho, reconhecendo as necessidades atuais postas pela sociedade da informação, bem como a exigência de saber lidar com tais tecnologias.
Sendo assim, diante desta realidade e da leitura de mundo feita pelos próprios educandos e educandas, a inclusão digital no processo de alfabetização e pós-alfabetização de jovens e adultos se mostra uma alternativa necessária à superação de exclusões sociais e econômicas, bem como à superação da auto-proteção, pois através da inclusão digital, como foi constatado ao longo da pesquisa, a aquisição da leitura e da escrita são facilitadas pelo uso da ferramenta, além de esta servir à qualificação para o mundo do trabalho, como aponta Flecha, Gómez e Puigvert (2001).
A superação da auto-proteção se apresenta, então, enquanto conseqüência de todo este processo de superação das demais exclusões, afinal, uma vez superados o analfabetismo e o desemprego, por exemplo, o educando ou educanda, passa a fazer uma leitura ainda mais crítica do mundo e de sua própria realidade.
Portanto, no atual contexto da sociedade da informação não basta à educação buscar apenas uma alfabetização letrada, mas também uma alfabetização digital, que unidas possam superar exclusões e democratizar conhecimento.

http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/posteres/GT18-2695--Int.pdf