domingo, 28 de setembro de 2008

Textos sobre inclusão digital

Meninas!

Estou postando recortes de alguns trabalhos que encontrei no google acadêmico sobre o assunto da nossa problemática. Realcei de azul as partes que têm vínculo com nossas certezas provisórias e dúvidas temporárias. Abraços
ALFABETIZAÇÃO DIGITAL PARA JOVENS E ADULTOS: UMA PROPOSTA INOVADORA

Daniela Melaré Vieira BARROS
Doutoranda em Educação Escolar - UNESPAraraquara. Docente da Universidade do Sagrado Coração USCBauru, SP. E-mail: dmelare@fc.unesp.br.


O método Paulo Freire mediado pelo digital

A exclusão digital é um termo amplo e que engloba diversos princípios da sociedade da informação e do conhecimento. Ocorre de várias formas, mas especificamente ao se privar as pessoas de três instrumentos básicos: o computador, a linha telefônica e o provedor de acesso a web. O resultado disso é o analfabetismo digital, a pobreza e a lentidão comunicativa, o isolamento e o impedimento do exercício da inteligência coletiva (SILVEIRA, 2001).
[...]
Inicialmente, Freire propõe um estudo sobre o universo vocabular e temático dos jovens e adultos que serão alfabetizados. É necessário analisar a realidade social na vida, no pensamento e no imaginário das pessoas. Essa descoberta do mundo mediante a fala dessas pessoas deve servir para criar um momento comum de descoberta, em que palavras, desenhos, fotos, frases, dados, enfim, informações com as quais se terá um universo, daí surgindo o que Freire denominou palavras geradoras.
Na alfabetização digital, paralelamente a esse trabalho de pesquisa do ambiente social vivenciado pelo alfabetizando, é necessário buscar, nas tecnologias, meios que auxiliem na seleção de maiores informações e atualizações sobre essas palavras geradoras, potencializando-as. A tecnologia vem potencializar as informações sobre essas palavras facilitando assim o trabalho a ser desenvolvido.
Assim como há na alfabetização necessidade de algumas habilidades para ocorrer o processo, para a alfabetização digital também são necessárias algumas habilidades, como: a coordenação motora com o mouse, que deve se iniciar pela descoberta da lateralidade e da conexão do mouse na tela; em seguida, o reconhecimento dos símbolos do computador na representação do aluno, símbolos essenciais para a percepção e a associação às tarefas que o computador pode desenvolver: e, em seguida, a capacidade de gerenciar e coordenar os cliques e a direção do mouse. Já o uso do teclado deve ser iniciado a partir da alfabetização das letras e sons. O uso do computador para adultos analfabetos deve ser realizado após os primeiros contatos com as sílabas e palavras, já que este é um outro universo de linguagens, solicitando um conhecimento prévio dos símbolos da leitura e escrita.
Ao contrário das crianças, o adulto analfabeto não está imerso no mundo dos símbolos da tecnologia (por isso, para elas o contato com as tecnologias se torna muito mais rápido). Ao iniciar a alfabetização digital, há necessidade de deixar que o adulto explore o aparelho computador e descubra suas peculiaridades, como o mouse, o teclado e monitor, além do hardware. O aluno precisa familiarizar-se com ele aos poucos e, a partir de algo concreto, conhecer um universo que, para ele, pode ser desconhecido e, muitas vezes, assustador.

Após esse trabalho de sensibilização, deve-se usar o computador de forma técnica com exercícios de cliques do mouse em imagens scaneadas da realidade desses alunos, coletadas na pesquisa realizada no universo cultural em que vivem. As imagens podem ser disponibilizadas em arquivos previamente selecionados pelo professor. Assim, o professor orientador do trabalho está inserido em um contexto em que suas ações são mediações pedagógicas. Segundo Moran, Masetto e Behrews (2000, p.144)

Por mediação pedagógica entendemos a atitude, o
comportamento do professor que se coloca como um
facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que
se apresenta com a disposição de ser uma ponte entre o
aprendiz e sua aprendizagem [...] é a forma de se apresentar
e tratar um conteúdo ou tema que ajuda o aprendiz a coletar
informações, relacioná-las [...] com seus colegas, com o
professor até chegar a produzir um conhecimento que seja
significativo para ele [...]

[...]
Na alfabetização digital, a questão do diálogo se torna um processo de interface entre homens e máquina: após o aprendizado técnico, a relação se torna processo entre homens e informação.
A busca da informação e as palavras geradoras, digitadas nos buscadores como: google, cadê, altavista, yahoo, miner, dentre outros, trarão uma outra perspectiva de diálogo, não pensado anteriormente, em decorrência da falta de informação atualizada e diversificada.
A decodificação das palavras traz, ao mesmo tempo, sua associação a um núcleo de questões existenciais ligadas à vida do alfabetizando, que começa a enxergar algo que jamais pôde compreender tanto na sua condição social como nas relações que envolvem esse processo no seu país e no mundo. Essa decodificação ampliada, de cunho científico e social, deve ser priorizada nas alfabetizações aqui propostas, uma pelo diálogo, e a outra pela busca de informações.
Obviamente os alunos terão dificuldades na experiência, mas cabe ao professor-orientador estimular e despertar o interesse desses aprendizes.
Um aspecto central a ser ressaltado é o “medo” natural da maioria dos adultos em relação ao computador, medo esse que vai desde o dano material, de quebrar algo, até o medo de não ser capaz de realizar as ações proporcionadas. A forma de conduzir isso é não cobrar, mas sim afirmar e agir de forma contrária a esses “medos”. Para isso, o professor-orientador deverá errar junto e deixar claro que a aprendizagem é algo colaborativo, fruto de tentativas de acertos e erros, uma vez que o importante, no final do processo, é a experiência proporcionada
.
[...]
Após a palavra geradora, Paulo Freire traz o conceito dos temas geradores, usados no período de pós-alfabetização, quando os alunos já alfabetizados de forma funcional, com habilidades de leitura e escrita, conseguem, com o tema gerador, realizar um processo de reflexão mais amplo e elucidativo.
Para os temas serem selecionados, utiliza-se a mesma forma empregada para a escolha da palavra geradora, recolhendo material mediante o conhecimento do ambiente e dos alunos. Esses temas geradores devem ser distribuídos seguindo um roteiro que destaque:
- A natureza e o homem: o ambiente.
- As relações do homem com a natureza: o trabalho.
- O processo produtivo: o trabalho como questão.
- Relações de trabalho.
- Formas de expropriação: relações de poder.
- A produção social.
- Formas populares de resistência e de luta.
Esses temas geradores proporcionam, além da compreensão de mundo no que chamamos de conscientização, a produção do diálogo dos educandos em torno dos temas, e, finalmente os debates. Em Freire (1992), na etapa da alfabetização, o que se pretende não é ainda uma compreensão profunda da realidade que se está analisando, mas desenvolver aquela posição de estímulo à capacidade dos alfabetizados como sujeitos do conhecimento desafiados pelo objeto a ser conhecido. É exatamente a experiência sistemática desta relação que é importante, isto é, a relação do sujeito que procura conhecer o objeto a ser conhecido. Na etapa posterior é que este processo se afunila e traz modificações para o sujeito.
[...]
A construção dos próprios textos pela imagem proporciona aos alfabetizados significados na elaboração do texto escrito. Nas análises de Gutierrez e Prietro (1994), o significado para o aprendiz, na construção de seu texto, caracteriza-se por:
- Confrontar-se com os textos institucionais através de um olhar crítico do seu próprio texto.
- Realizar um progresso visível em seu próprio processo de aprendizagem.
- Possibilitar formas pedagógicas de apropriação dos temas e análises realizadas.
- Obrigar a observar seu contexto e a extrair informações dele mesmo.
- Materializar sua aprendizagem num produto próprio.
Tais sugestões são possibilidades iniciais de trabalho educativo, tendo em vista que, com o progresso e desenvolvimento da alfabetização, conquista-se uma amplitude maior e outras formas de atividades e exercícios com os infinitos recursos da tecnologia. Esse estudo tem por meta uma cultura de uso e possibilidade prática da inclusão pedagógica, não só pelo acesso a ela mas pelo seu uso na educação. As atividades propostas são possibilidades iniciais de sensibilização e início de uma integração mais sólida com o uso da tecnologia. A partir do uso técnico inicial como recurso, abrem-se as primeiras tentativas de uso de forma pedagógica. Esse trabalho ocorre paralelamente ao proposto, ou acontecerá depois, em um segundo momento de discussões e sugestões de trabalho.
A alfabetização freireana e a alfabetização digital aqui sugerida estão ligadas diretamente ao que Freire denomina democratização da cultura, em que a consciência crítica é a representação das coisas e dos fatos como se dão na existência empírica. Nas suas correlações causais e circunstâncias, a consciência ingênua se crê superior aos fatos, denomina-se fora, por isso, se julga livre para entendê-los conforme melhor lhe agradar.
O objetivo central dos escritos de Freire sempre foi a inclusão de todos no contexto social, como também é o desenvolvimento da reflexão e da conscientização dos processos que os conduzem para poder analisar e ter o poder de decisão sobre a sua situação de cidadãos. Paulo Freire enfrentava, para conseguir isso, uma sociedade de analfabetismo e ditadura do diálogo.
Hoje, algumas décadas depois, o mesmo problema sobrevive na sociedade da informação e do conhecimento; a grande mudança é que temos um novo instrumento para o processo, as tecnologias da inteligência, especificamente o computador e a Internet. A irreversibilidade do progresso da técnica e ciência nos condiciona à imersão e à relação com essas novas formas sociais. A tecnologia não pode ser desprezada e nem negada, o processo é intrínseco, mas ela pode construir e atualizar o mesmo contexto que Paulo Freire analisava nas décadas anteriores. A proposta que corresponde a essa situação é aqui denominada alfabetização digital paralela à alfabetização e ao letramento dos milhões de adultos analfabetos.
A democracia priorizada nos escritos da educação libertadora freireana também aqui é priorizada com a tecnologia. De acordo com Silveira (2001), podemos afirmar que a democracia com o digital pode ajudar o cidadão a acabar com o monopólio da informação.
Hoje as possibilidades de conscientização são muito maiores, mas ao mesmo tempo as possibilidades de alienação também se multiplicaram. A necessidade das pessoas, hoje, é a condição de acesso e busca de informação para viver e acompanhar as mudanças que interferem diretamente na sua vida cotidiana. Para isso são necessárias a alfabetização e a alfabetização digital, dois desafios que se colocam atualmente, uma vez que não é mais possível pensar na alfabetização de jovens e adultos sem pensar sobre a tecnologia neste processo.

http://mestrado.mouralacerda.edu.br/plures/Plures2005internet.pdf#page=63

Educação de jovens e adultos e as novas tecnologias:
perspectivas para inclusão social.

Vanúbia Pomponé da Silva
Professora estagiária do Programa SESI – Educação do Trabalhador
Estudante de Pedagogia – Universidade do Estado da Bahia
Salvador, 2002

Países como o Brasil, que vive a mercê do capital estrangeiro, adota políticas compensatórias de educação para o jovem e adulto para demonstrar estatisticamente o aumento do nível de escolaridade do trabalhador. Porém, não é qualquer escola que poderá formar pessoas para atuar numa sociedade comandada pelo desenvolvimento tecnológico. Não é o saber instrumental e técnico que irá garantir a inserção do educando adulto na cultura digital promovida pelas novas tecnologias, mas sim um saber que consiga romper com a dicotomia teoria x prática e com a ideologia de que uns nasceram para pensar e outros para executar. A qualificação é demonstrada quando o trabalhador questiona a sua prática e busca através da reflexão , meios para modificá-la. Portanto, possibilitar o acesso do educando trabalhador às novas tecnologias torna-se uma necessidade urgente, e a escola, como instituição responsável pela formação técnico científico do cidadão precisa inserir em seu currículo os elementos da cultura digital. Diante disso é importante refletir como a escola está desempenhando a sua função na contemporaneidade.
[...]
O advento das novas tecnologias traz novas formas de pensar, agir, de se relacionar. Com a internet, o tempo e o espaço são modificados, permitindo a utilização de várias linguagens na comunicação. Esse “cidadão do futuro” tem acesso constantemente a vários tipos de informação e será exigido dele a habilidade para selecionar as informações necessárias, a capacidade de resolver problemas, a possibilidade de lidar com diversos pontos de vista. É preciso que a escola modifique suas antigas estruturas e se adeqüe aos novos tempos.
E o que fazer com o cidadão do presente? De que forma integrar jovens e adultos, que tiveram pouco acesso à cultura letrada, à cultura digital? Percebe-se que estas pessoas são excluídas das discussões e das ações que se referem às novas tecnologias, tanto por políticas públicas como por iniciativas privadas. Constantemente, muitos são excluídos do mercado de trabalho, pois as atividades que exerciam não são mais necessárias para um mercado competitivo, exigente e instável. Isto cria uma imagem negativa das tecnologias: um recurso que veio para substituir o trabalho do homem. Não sabendo ele que as NTCI´s são suas aliadas e que o motivo da sua exclusão deve-se a um projeto político social de uma sociedade capitalista excludente, que não democratiza o saber científico tecnológico.
Percebe-se que mesmo quando esse adulto é colocado diante de um computador ou de qualquer outra máquina da geração atual, ele demonstra uma certa resistência. E o que faz esses adultos serem resistentes a essas tecnologias? Talvez a própria situação citada acima pode fazê-los a acreditar que as NTCI’S são suas rivais e por isso preferem não compactuar com elas. Ou então, a baixa estima adquirida nesses processos de exclusão, faça-os a internalizar que são incapazes de interagir com as tecnologias e, mesmo querendo se adaptar aos novos tempos, o seu inconsciente se encarrega de implantar uma barreira entre eles e a máquina.
Alguns cursos de alfabetização de jovens e adultos existentes nem sempre percebem a necessidade de incluir esses alunos na era digital, isto porque o seu maior objetivo é que eles adquiram os códigos da cultura letrada. Mesmo assim, a metodologia utilizada pelos professores para a aquisição desses códigos tendem a ser a mesma usada com crianças, pois muitos desconhecem como se processa a aprendizagem no educando jovem ou adulto. Os jovens e adultos precisam saber manipular um cartão bancário ou de crédito ao utilizar um terminal, manusear um vídeo cassete, um controle remoto, calculadora, etc., apesar da alfabetização digital não se resumir a isso.

http://telecongresso.sesi.org.br/4telecongresso/arquivos/biblioteca/Educa%E7%E3o%20de%20Jovens%20e%20Adultos%20e%20Novas%20Tecnologias..doc

Aprender com novas tecnologias
Uma abordagem a partir da Educação de Jovens e Adultos

Andrea
Cecilia Ramal
Diretora Executiva da empresa Instructional Design, de consultoria pedagógica. Doutora em Educação pela PUC-Rio. Educadora de jovens e adultos durante 15 anos.

[...]
As tecnologias intelectuais da pós-modernidade - com seus suportes hipertextuais, interconectados e interativos - questionam a escola e sua fragmentação disciplinar, suas grades curriculares tão pouco propícias ao diálogo entre os saberes. O mundo digital, no qual cada navegante é um autor de percursos, questiona a escola e sua incapacidade de personalização - na medida em que todos têm que estudar tudo ao mesmo tempo e no mesmo ritmo -; seu esquema seqüencial de níveis, como se o conhecimento fosse um estoque que pode ser acumulado; seu monologismo, no qual aparecem unicamente as vozes mais autorizadas.
Na educação de jovens e adultos que se desenvolve nesta era da informação, será preciso implementar um ensino mais próximo das necessidades reais do cotidiano, das exigências do mundo do trabalho. Porque aprender será algo cada vez mais próximo de preparar-se para a vida e para ser um cidadão capaz de cumprir bem o seu papel no mundo. Provavelmente a sala de aula se tornará mais interativa, um espaço de diálogo em que todos aprendem. Os professores não poderão mais dominar toda a informação e passarão ao papel de interlocutores, de orientadores do estudo, de companheiros de aprendizagem. Ocorrerá o que o Paulo Freire previu: ninguém educa ninguém, ninguém é educado por ninguém: os homens se educam uns aos outros, em comunhão.
Outra contribuição interessante trazida pelas tecnologias é a possibilidade de incorporação do multicultural. A Internet é o espaço de todas as falas, de todos os sites, de todas as vozes. Pode ser que essa navegação pelo mundo virtual, que é o mundo da diversidade, nos ajude a construir uma sala de aula que incorpore mais as diferenças, assuma as histórias, as línguas e culturas particulares dos sujeitos do processo educativo, abrindo-se à pluralidade, e permitindo que as diferenças ganhem um novo significado na solidariedade democrática. Tal pedagogia tomaria a comunicabilidade como seu maior desejo cultural e ético.
O mundo do trabalho torna-se cada vez mais exigente, e a capacidade de uso dos computadores pode ser, muitas vezes, uma arma poderosa para a valorização do trabalhador. Em função disso, na educação de jovens e adultos, a incorporação das tecnologias permitirá aos jovens e adultos uma maior inserção na dinâmica social.
No âmbito político, a importância da educação com tecnologias é evidente. Para desempenharem de maneira plena seus papéis como cidadãos, tanto o jovem como o adulto precisarão participar do mundo digital, o que vai lhes permitir expor as próprias idéias, participar de debates, defender seus posicionamentos. Nesse sentido, a aprendizagem com tecnologias se torna também um meio facilitador do engajamento social e político dos jovens e adultos enquanto cidadãos atuantes na sociedade. [...]

http://www.informacao.srv.br/telecongressodemo/lib/biblioteca/uploads/334.doc

VOZES DISCENTES E DOCENTES SOBRE CONDIÇÕES,
OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES DO USO DAS TICs NA EJA
Cynthia Rúbia Braga GONTIJO
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
Maria Rita Neto Sales OLIVEIRA
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

[...] Telles (1998), em seus estudos sobre a presença das TICs no mercado de trabalho no Brasil, adverte que, nesse contexto, vem se institucionalizando uma dualidade entre o que ele denomina de “trabalhadores integrados” nos circuitos modernos da economia, porque aprenderam em cursos formais ou mesmo na prática cotidiana utilizar essas tecnologias para maximizar a produtividade dos processos e produtos envolvidos, e o que ele denomina de “trabalhadores não-integrados”, porque não desenvolveram condições concretas para utilizá-las com esse propósito.
Ressalta-se que no interior do grupo dos “trabalhadores não-integrados”, há aqueles que sequer desenvolveram condições de utilizá-las para resolverem “problemas” cotidianos imersos nas relações sociais mediadas culturalmente pelas tecnologias, tais como operar: máquinas eletrônicas que vendem passes para a utilização de ônibus coletivos; um caixa eletrônico de um banco; uma urna eletrônica utilizada em épocas de eleições, entre outros.
Entende-se que no contexto analisado por Brunner (2004) demanda-se do trabalhador a formação para o uso das TICs. Entende-se, também, que uma formação, para o uso dessas tecnologias, em sintonia com a complexidade das sociedades contemporâneas, abarca o fenômeno do letramento tecnológico.
Para Coelho (2002), o letramento tecnológico envolve a idéia de formação para a fluência em TICs, ou seja, uma formação que possibilite aos sujeitos construírem capacidades para utilizarem, reformularem as informações e conhecimentos, expressarem-se criativa e apropriadamente e produzirem informações, em vez de meramente decodificá-las.
Percebe-se que, no contexto analisado, as demandas formativas postas às escolas também se complexificaram. Diante dessa constatação, produziu-se, nas últimas décadas do século XX, um conjunto de argumentos para justificar a incorporação das TICs no trabalho escolar, destacando-se que essa incorporação determinaria ou potencializaria mudanças qualitativas nos processos pedagógicos e determinaria ou potencializaria maiores condições de inserção ou ascensão do sujeito no mercado trabalho.
[...]
Pereira et al. (2001), em estudo realizado, em Florianópolis/Santa Catarina, que tinha como objetivo identificar os comportamentos dos alunos da EJA em contextos de uso das TICs, constatam que (i) há uma desmistificação progressiva do computador a partir de um contato livre do aluno com esse instrumento; (ii) isso lhes possibilita a capacidade de enfrentar desafios que se apresentam em cada momento da aprendizagem; (iii) o aluno torna-se mais curioso na busca de solução de problemas e (iv) isso propicia o desenvolvimento da criatividade e da iniciativa na realização de atividades, o que evidencia sua autonomia e resgate da sua auto-estima.
O estudo desenvolvido por Bovo (2001) com 20 alunos da EJA na cidade de Curitiba/Paraná, que objetivou analisar como o uso do computador pode auxiliar o processo ensino-aprendizagem e contribuir para a melhoria da qualificação para o mercado de trabalho, sinaliza que o computador é um instrumento que contribui, efetivamente, para a superação das dificuldades na aprendizagem do aluno da EJA e os auxilia na melhoria da qualificação para o trabalho. Entre as suas conclusões, destaca-se que, em relação ao uso do computador, todos os 20 alunos gostaram das aulas com a utilização desse instrumento, mas 12 deles tiveram medo inicial, que foi sendo superado; 17 aprimoraram-se na leitura e na escrita; 20 motivaram-se para a realização das atividades propostas; seis perceberam mudanças no trabalho e 17 aumentaram suas expectativas em relação à ascensão profissional.
Já o estudo desenvolvido por Brasileiro (2002) amplia o seu escopo em relação aos estudos apresentados anteriormente, pois buscou compreender a influência das TICs na configuração do perfil dos alunos da EJA no contexto de produção sócio-cultural em que estão inseridos esses sujeitos. Em sua pesquisa empírica, realizada em BH/MG, Brasileiro (2002) constata que durante as aulas formais professores e alunos se atinham àqueles conteúdos classicamente vinculados aos programas oficiais. No entanto, no intervalo o assunto era novela, jogos de fliperama, ídolos, notícias do rádio. Os resultados da sua pesquisa foram: (i) o computador está presente no imaginário juvenil como um elemento vital; (ii) os jovens revelaram sentirem-se excluídos do processo de informatização da sociedade; (iii) entre os recursos que os educandos gostariam de ter na escola, o computador é o mais almejado. Para 98% deles, o computador na escola poderia contribuir para uma educação de mais qualidade, pois acreditam que com essa tecnologia na escola teriam mais acesso à informação; (iv) alguns educandos consideram que o uso do computador potencializaria o seu desenvolvimento de habilidade requerida pelo mercado de trabalho; (v) alguns educandos consideram que o uso do computador proporcionaria maior motivação para a realização das atividades pedagógicas.
O estudo de Gonçalves (2006), realizado com uma turma do Movimento de Alfabetização, em São Carlos/São Paulo, investigou quais são as contribuições e dificuldades do processo de inclusão digital na alfabetização de jovens e adultos da EJA e quais são os fatores potencializadores do processo de inclusão digital para a re(afirmação) de identidades desses sujeitos. Os resultados de seu estudo foram: (i) os 14 estudantes consideram que a utilização do computador no processo de elaboração de atividades de aquisição da leitura e escrita “facilita” o desenvolvimento das mesmas, pois “[...] o computador já traz as letras prontas no teclado, cabendo aos alunos se preocuparem em identificar as letras através do som, sem a grande preocupação que apontam em ter que desenhar a letra [...]” (GONÇALVES, 2006, p. 9) e (ii) a maioria dos estudantes entrevistados consideram que a inclusão digital potencializará exponencialmente a sua inserção no mercado de trabalho, pois reconhecem que entre as demandas requeridas ao trabalhador pelo mercado de trabalho, destaca-se o “saber usar tais tecnologias”.

http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema6/TerxaTema6Artigo2.pdf

ESPAÇO DE CRIAÇÃO: UMA POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO
DIGITAL

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação Educação (Currículo)
Revista E-Curriculum
DA SILVA, Nilce.

Indicadores objetivos acerca do mundo digital no início do século XXI
De acordo com a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), apenas 305 milhões de pessoas, 5% da população mundial, têm acesso à Internet. Destas, aproximadamente, 45% encontram-se nos Estados Unidos da América do Norte; em torno de 28 %, na Europa; 22 %, aproximadamente, na Ásia; 3,5% na América Latina, e o restante, no continente africano.
Neste sentido, cabe ressaltar que 40% da população mundial não têm interruptores nas paredes dos lugares em que moram e, surpreendentemente, 65% da mesma nunca usou o telefone como meio de comunicação.
No caso brasileiro especificamente, apenas 8% da população, em torno de 14 milhões de pessoas podem acessar a Internet de suas casas, sendo que destes, mais de 50% possuem nível superior completo.
Tem-se também, a partir do índice ‘e-gov’ _ com escala de 0 a 5 _ criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil recebeu o escore 2, 24, sendo que o país melhor colocado foi o EUA, com escore 3,11 e o Líbano recebeu a pior classificação, sendo que a este país o valor dois foi atribuído.
Interessante ainda ressaltar, no que tange a desigualdade dos números neste assunto, as seguintes condições em que vivem os brasileiros. Em torno de 70 milhões de brasileiros precisaria poupar a sua renda durante, aproximadamente, oito anos para conseguir comprar um computador pessoal básico.
Neste sentido ainda, segundo dados do Instituto de Matemática e de Computação da Universidade de São Paulo, as causas para tal período de tempo constituir-se-iam pela falta de estrutura das telecomunicações, preço dos computadores, gastos com tarifas telefônicas e provedores, domínio do idioma inglês que domina 80% dos WEBSITES, dentre outros fatores.
Pensamos que, frente a estes indicadores objetivos que retratam o acesso ao mundo digital hoje e, note-se bem, não espelham a realidade da criação deste mundo digital, percebe-se a reprodução social desigual das demais distribuições de educação, saneamento básico, renda per capita, ou seja, distanciamento social gritante entre países desenvolvidos e os outros.
[...]
Com relação aos termos ‘inclusão digital’ e seu respectivo antônimo, ‘exclusão digital’, há um consenso na literatura da área, assim como, na mídia das seguintes partes de uma mesma definição. Sendo assim, temos conhecimento de que ‘inclusão digital’ significa:
a) A erradicação do ‘analfabetismo digital’;
b) A promoção do ‘alfabetizado digital’;
c) A democratização do acesso ao conhecimento digital;
d) Elaboração de políticas públicas que permitam a inserção das pessoas no mundo da informática;
e) Ações governamentais ou não que ampliem o número de usuários da Internet;
f) A oportunização do acesso às tecnologias da informação independentemente da classe social e da localização geográfica do usuário;
g) Parte da luta a favor da cidadania;
h) É uma ponte para encontrar um emprego melhor;
i) Facilitar o acesso às tecnologias da informação e da comunicação de modo crítico para o desenvolvimento do ser humano;
j) MODOS de promover a inclusão social;
k) Incentivo de diferentes agências e instituições que por meio das novas tecnologias favoreçam o empreendedorismo, o encontro de um emprego melhor e uma melhora de vida do usuário;
l) Um conjunto de atitudes;
m) Fatores que pretendam colaborar para a inserção social das pessoas mais pobres no mundo;
n) A capacidade de usar as novas tecnologias;
o) Um modo de proporcionar novos horizontes às pessoas;
p) O possibilitar a todos o acesso às informações;
q) Possibilitar aprendizado e o diálogo sem fronteiras;
r) Possibilidade de uma pessoa dirigir sua própria formação;
s) A possibilidade de compartilhar a rede propagando valores tais como: democracia, direito à informação, cidadania, justiça, eqüidade, dentre outros;
t) A defesa de políticas públicas, nacionais ou estrangeiras que ofereçam a toda população o acesso ao computador e a Internet. Exemplo: tele-centros, instalação e manutenção de equipamentos em escolas e outros locais públicos;
u) A destruição de mitos que se construíram em torno da figura do computador como algo muito complicado de ser usado;
v) A promoção, o esclarecimento, treinamento, capacitação e desenvolvimento das pessoas com baixo poder aquisitivo para que as mesmas diante de um computador com acesso à Internet saibam aproveitar das suas ferramentas;
w) A facilitação para compra de computadores para os menos favorecidos por meio de políticas públicas de empréstimos bancários;
x) Permissão para que todas as camadas sociais tenham igualdade de acesso às novas tecnologias da informação;
y) Uma nova alfabetização – que beneficie o aprendiz e ainda a sociedade – que pretenda facilitar a capacidade de localizar, processar e utilizar a informação de maneira eficaz por meio da aquisição das habilidades básicas para o uso de computadores e da Internet.

http://www.pucsp.br/ecurriculum/artigos_v_1_n_1_dez_2005/nilceartigo.pdf

INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE PESSOAS ADULTAS: SUPERANDO
EXCLUSÕES E CONTRIBUINDO PARA ALFABETIZAÇÃO E PÓSALFABETIZAÇÃO


HENRIETTE GONÇALVES, Becky – UFSCar.

No contexto da sociedade capitalista, também denominada de sociedade industrial, as exclusões se apresentam nos mais diversos contextos e com diferentes sujeitos. Nesta sociedade, pautada na exploração do homem pelo homem, o modelo de desenvolvimento é baseado no crescimento econômico e na produção material, revelando-se profundamente desigual.
Esta sociedade industrial, sob a perspectiva de Flecha, Gómez e Puigvert (2001), tem seu eixo pautado na produção dos recursos materiais, que na década de 1970 passou a ser questionado no sentido de seu esgotamento enquanto modelo de desenvolvimento de sociedade industrial, caracterizando o que Habermas (1980) chama de crise na estrutura de um sistema social, iniciando-se assim uma nova concepção de sociedade, que é então indicada por Daniel Bell, com o eixo agora pautado na informação, denominada de sociedade pós-industrial ou sociedade da informação.
Tal processamento e seleção de informação, segundo Flecha, Gómez e Puigvert (2001), devem ser feitos com base na reflexão humana ajudadas por tecnologias que surgem da própria comunicação entre os sujeitos.
Mas, mesmo diante desta nova configuração social, são reforçados ainda os mais variados tipos de exclusões, dentre elas, a gerada pela própria formulação dos métodos de ensino, o que muitas vezes leva o educando ou educanda a abandonar os estudos antes mesmo de sua conclusão.
Além das exclusões advindas da sociedade desta maneira configurada, os educandos e educandas lidam com outro tipo de exclusão, denominada por Taylor (1994) de misrecognition, ou auto-proteção2, que mostra não apenas uma carência de um devido respeito, como também, pode causar cicatrizes que deixam indivíduos debilitados com o processo de auto-aversão.
Por longos anos a escola auxiliou a reproduzir e a acentuar as desigualdades sociais postas pela forma de organização da sociedade, hoje agravadas pela consolidação da pseudoglobalização e da sociedade da informação da forma que são postas.
Ainda que atualmente excludente, a sociedade da informação permite uma maior possibilidade de democratização de informação e conhecimento segundo Flecha, Gómez e Puigvert (2001), o que permite superar ou diminuir algumas das piores desigualdades existentes, devendo os movimentos sociais e os países em desenvolvimento lutar para esta democratização do conhecimento e da informação.
Além de selecionar e lidar com informações em tempo real, na atual sociedade são exigidos também conhecimentos tidos como prévios, a leitura e a escrita, bem como domínio e controle de instrumentos de alta tecnologia. E este ainda não é o perfil de milhares de homens e mulheres que se encontram em salas de educação de jovens e adultos e de tantos outros que continuam a ter negado o acesso à escolarização.
Diante desta realidade, é necessário, como aponta Freire (2005), lutar por uma educação libertadora, que se paute no diálogo, em uma relação horizontal entre os sujeitos, que estimule a reflexão e a ação, em uma transformação criadora, que lute pela emancipação do homem na busca, em comunhão, do ser mais, com a consciência crítica integrada à realidade.
No processo de alfabetização, fundamental para inserção ainda que inicial na sociedade da informação, o educando deve ser o sujeito de seu processo de aprendizagem, ou seja, de sua alfabetização, que é para Freire (1979), um ato de criação, capaz de desencadear outros atos criadores, pois basta ser homem3 para realizar relações com a realidade, não precisa ser alfabetizado.
Portanto, certamente, a chave para a alfabetização, enfocando aqui a educação de pessoas jovens e adultas, sob a perspectiva de Freire, é a anterior leitura do mundo, precedendo a leitura da palavra. Freire e Macedo (1990), afirmam que os alfabetizandos precisam compreender o mundo, o que implica falar a respeito do mundo e este exercício da oralidade é fundamental na prática da alfabetização.
Desta maneira, não é viável separar a alfabetização do processo produtivo da sociedade. O ideal é uma abordagem concomitante, em que a alfabetização evolua em diversos ambientes, afinal tanto a alfabetização, como a pós-alfabetização (educação) são expressões culturais.
Sendo então a educação regida pelo contexto de seu tempo e atendendo às necessidades de sua sociedade, como afirma Freire (1979), é fundamental que esta se adeqüe a fim de colaborar com as superações de exclusões presentes na sociedade da informação.
Várias são as diretrizes que a educação pode assumir a fim de realizar tais superações e a utilização de novas tecnologias enquanto ferramentas no processo de ensino-aprendizagem é uma delas.
O uso de tecnologias no processo de alfabetização, tais como o computador, por exemplo, devem se encontrar a serviço da humanização, tanto de oprimidos quanto de opressores, como discute Freire (2005). E neste processo de humanização as tecnologias devem ser utilizadas enquanto escravas desta humanização e jamais enquanto senhoras.
Assim sendo, esta pesquisa traz enquanto objetivos investigar quais são as contribuições e quais são os empecilhos do processo de inclusão digital na alfabetização de jovens e adultos e quais são os fatores que podem potencializar a superação da autoproteção nos educandos e educandas e quais elementos são obstáculos neste processo.
A pesquisa foi realizada em uma turma de educação de jovens e adultos, que uma vez por semana utilizava o computador enquanto ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, a inclusão digital, ou seja, uma vez por semana as atividades de alfabetização e de pós-alfabetização, pois se tratava de uma turma multisseriada, eram elaboradas e aplicadas no computador, utilizando também seus recursos e comandos tecnológicos.
Compuseram a turma 14 (catorze) educandos e educandas, sendo onze mulheres e três homens, com idades variadas entre 40 (quarenta) e 82 (oitenta e dois) anos. Dos 14 (catorze) educandos e educandas, 12 são aposentados, seja por tempo de serviço ou por problemas de saúde e 2 (duas) alunas estão desempregadas, tendo atuado anteriormente enquanto auxiliares domésticas.
Para desenvolver o trabalho foi utilizada a metodologia comunicativa, que é pautada na coleta e análise conjunta dos dados, entre sujeitos e pesquisadora. Para coleta dos dados foram utilizadas observações e anotações em diário de campo, entrevistas em profundidade com os educandos e educandas e tertúlias dialógicas, que são discussões conjuntas baseadas em determinado assunto, sempre focando o uso do computador e as novas tecnologias.
Desta maneira, os dados coletados e analisados com os participantes disseram respeito essencialmente às contribuições da utilização do computador para a alfabetização e pós-alfabetização e também seus benefícios para a qualificação para o mundo do trabalho.
Os participantes da pesquisa afirmaram unanimemente que a utilização do computador, tanto na elaboração de atividades de aquisição da leitura e escrita, como na aplicação destas, ou seja, os alunos e alunas fazerem as atividades no computador, auxiliava muito. Afirmaram que se torna mais fácil, pois o computador já traz as letras prontas no teclado, cabendo aos alunos se preocuparem em identificar as letras através do som, sem a grande preocupação que apontam em ter que desenhar a letra, processo este que segundo eles é deveras penoso, afinal são adultos e até mesmo idosos que desenvolveram sempre atividades que exigiam muita força nas mãos e hoje em dia lidar com a sensibilidade e precisão de um lápis é um fator complicador. Chegam a comparar as letras no teclado com o alfabeto móvel. Afirmam que através das letras prontas no teclado se torna mais fácil escrever, sendo também mais fácil reconhecer as letras ali escritas.
Outro fator que apareceu com freqüência durante a pesquisa foi a importância desta inclusão digital na qualificação para o mundo do trabalho, reconhecendo as necessidades atuais postas pela sociedade da informação, bem como a exigência de saber lidar com tais tecnologias.
Sendo assim, diante desta realidade e da leitura de mundo feita pelos próprios educandos e educandas, a inclusão digital no processo de alfabetização e pós-alfabetização de jovens e adultos se mostra uma alternativa necessária à superação de exclusões sociais e econômicas, bem como à superação da auto-proteção, pois através da inclusão digital, como foi constatado ao longo da pesquisa, a aquisição da leitura e da escrita são facilitadas pelo uso da ferramenta, além de esta servir à qualificação para o mundo do trabalho, como aponta Flecha, Gómez e Puigvert (2001).
A superação da auto-proteção se apresenta, então, enquanto conseqüência de todo este processo de superação das demais exclusões, afinal, uma vez superados o analfabetismo e o desemprego, por exemplo, o educando ou educanda, passa a fazer uma leitura ainda mais crítica do mundo e de sua própria realidade.
Portanto, no atual contexto da sociedade da informação não basta à educação buscar apenas uma alfabetização letrada, mas também uma alfabetização digital, que unidas possam superar exclusões e democratizar conhecimento.

http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/posteres/GT18-2695--Int.pdf

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

No laboratório de informática ...

A escola pesquisada realiza com a EJa um projeto de inclusão digital. Uma vez por semana os alunos passam um período aprendendo a utilizar o compuatador. Sendo que a professora da turma pode agendar o Labin para utilizar em outro momento também.
Alguns alunos possuem certa facilidade, pois trabalham com computador, caixa registradora. Mas em compensação existem outros que possuem muitas dificuldade e que utilizam o celular apenas para fazer ligações.
As atividades propostas enquanto acompanhei a turma foram as seguintes: Digitar frases onde o aluno a concluia, como por exemplo: Eu fico feliz quando ...
A partir daí trabalhava-se a pontuação, letra maiúscula, minúscula, tamanho das letras, cores, pesquisa na internet...
Na minha prática não achei que o ensino fosse infantilizado, pois todo material proposto exigia que o aluno realizasse um auto-conhecimento sobre si. Algo que muitas vezes esquecemos, em função da correria do dia a dia.
Tenho consciência de que muitas escolas infantilizam a Educação de Jovens e Adultos, conforme nossa colega Michele comentou!

EJA e as novas tecnologias

Olá meninas!!!
Segue algumas percepções a partir da pesquisa realizada:

É evidente a vontade de aprender deste grupo, é um grupo que trabalha, tem seus afazeres de casa e ainda assim se dedica aos estudos. Considero que o EJA é uma das modalidades mais esforçadas, pois eles teriam tudo para desistir (idade, trabalho, fadiga, família, visão preconceituosa da sociedade), mas mesmo assim continuam participando.

Quanto ao desenvolvimento tecnológico, conhecimento das ferramentas é algo que ainda gera receio nos alunos, mas conforme Bairral et. al., torna-se necessário que este sujeito perceba a facilidade que o uso destas ferramentas trará ao seu dia a dia proporcionando maior agilidade nas atividades e conseqüentemente melhor qualidade de vida.

As atividades a partir das tecnologias proporcionam melhor reposicionamento no mercado de trabalho, pois a sociedade a qual se vive está mergulhada nas informações rápidas e quem detêm a habilidade para acompanhar está de demanda, tem seu espaço garantido. Por isso torna-se cada vez mais urgente trabalhar na modalidade de jovens e adultos o uso da informática. Para evitar que estes fiquem mais alguns anos a mercê da sociedade

domingo, 21 de setembro de 2008

Entrevista


Colegas!


Como faremos para realizar as entrevistas com os alunos e professores?
Michele e Elenir, vcs já concluíram o estágio? Acho interessante perguntar também aos professores quais as maiores dificuldades que eles percebem em seus alunos em relação à tecnologia digital.

Podemos tabular algumas respostas e criar gráficos, creio que a visualização ficará melhor.

Vcs têm aula durante a semana? Poderíamos nos reunir para tirar um foto do grupo e postar no blog, o que acham?

Gurias, eu estou mexendo e realizando algumas configurações no blog, coloquei uma mensagem de boas vindas, mas fiquem a vontade para modificá-la.

Abraços

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Entrevista com os professores

Oi gurias!! Já mandei o endereço do nosso blog e o convite para todos os participantes, certo?

Outra coisa: a entrevista com o professor ainda precisa ser montada, portanto pensei em algumas questões:

a) Você utiliza a Internet no dia-a-dia? Se utiliza, de que forma a Internet é útil para você?
b)Você utiliza chats ou e-mail para comunicar-se?
c) Sua escola possue Laboratório de informática?
d) Quais atividades são desenvolvidas no Laboratório pela EJA?
e) Seus alunos da EJA pedem para utilizar o Laboratório?
f) Você sabe quais os interesses dos seus alunos ao utilizarem o computador?
g) Qual a parcela de importância da utilização tecnologia em suas aulas?
h) Você acredita que o professor está preparado para atender o aluno digital ou o candidato à tal?
i) O que você reinvindica para a sua escola e para a sua formação, para atender melhor o aluno e desenvolver atividades interessantes no Laboratório de Informática.

Deêm uma olhada e critiquem!!Têm questões que poderiam ter uma melhor formulação ou quem sabe, serem até tiradas fora, por não apresentarem nenhum vínculo com nossa pesquisa.
Certo, gurias?! Até mais e um super beijo!

domingo, 14 de setembro de 2008

Roteiro para entrevista

Gurias! Estou postando as questões que formulamos na aula presencial para as entrevistas com os alunos da EJA. Bjs

Roteiro Entrevista - aluno:

Que tecnologias digitais você usa no dia-a-dia (computador, câmera digital, celular, caixas eletrônicos)?

Você sente dificuldades ao usar essas tecnologias? Quais?

Você gosta/ sente interesse em utilizar essas tecnologias? Quais as suas preferências?

Você gostaria de utilizar quais tecnologias?Quais os motivos das dificuldades de acesso?

O que você acha que dá para fazer no computador? Quais recursos você acha que ele dispõe?

O que facilitaria o seu acesso às tecnologias?

Você tem acesso à informática nas aulas do EJA? Que trabalhos são realizados?

Você acha que as aprendizagens digitais no EJA têm contribuído para melhorar suas atividades no dia-a-dia?

Projeto de aprendizagem

Problemática inicial

Como vencer as resistências e promover a emancipação digital de jovens e adultos (EJA-Nível I) excluídos da sociedade do conhecimento?

Certezas provisórias

Jovens e adultos em fase de alfabetização apresentam:
Dificuldades de acesso à tecnologia digital;
Dificuldades para interagir com as tecnologias de informação e comunicação;
Dificuldades para selecionar e compreender informações recebidas através das tecnologias da informação e comunicação;
Menores oportunidades de emprego por não conhecerem as tecnologias digitais;
Resistências em conhecer e utilizar as tecnologias da informação;
Baixa auto-estima por sentirem-se excluídos da sociedade do conhecimento.

Dúvidas temporárias:

Qual o espaço que as tecnologias digitais têm no EJA?
Como o EJA percebe e interage no mundo digital?
Qual o maior desafio na inclusão digital de jovens e adultos?
Quais os bloqueios/resistências que os jovens e adultos em fase de alfabetização apresentam em relação a tecnologia digital?
Que estratégias devem ser utilizadas para vencer as resistências de jovens e adultos em relação à tecnologia?
Como os professores do EJA têm contribuído para vencer essas resistências?
Quais os resultados que o ensino digital tem trazido para a vida dos jovens e adultos?
Como utilizar a educação digital para trabalhar a realidade sócio-cultural de jovens e adultos?


Metodologia:

Entrevistas com alunos e professores do EJA Nível I;
Pesquisa bibliográfica e digital;
Construção de um blog para trocar experiências, informações e sugestões sobre o tema.

Eja

Olá, meninas!!!

Iniciei o meu estágio na Eja na sexta-feira, com certeza, será muito útil para a elaboração do nosso projeto!!!Ah, e adivinhem... A professora levou os alunos ao laboratório de informática...
Porém, o que eu vi lá não me deixou muito feliz, eles estavam formando palavras em joguinhos infantis, o que me faz perceber que não existem propostas voltadas ao EJa, nem tampouco, professores preparados.
Bom, voltando ao assunto informática, realmente ficou claro a resistência e até receio que eles tem em explorar esse"novo mundo"...
Eles não conhecem e sentem medo de estragar alguma coisa e afirmam que não sabem e não querem. No entanto, a partir do momento em que vão aprendendo, tomam gosto e passam a querer aprender e "desfrutar " tudo aquilo que a internet e demais tecnologias podem proporcionar a essas pessoas, sujeitos excluídos, à margem da sociedade do conhecimento e do mundo globalizado.



sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Olá meninnas!!!

Que legal!!!
Para mim também é a primeira vez que faço uma postagem num blog!Então tudo tranquilo?
Bjs

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Construímos um blog!

Estamos iniciando uma nova etapa, olha só a novidade; construímos um blog!!! Vamos trocar experiências, dúvidas e aprendizados, vai ser ótimo!!

Olá colegas!!

Meninas, esta é minha primeira postagem num blog...sim, é sério!!!Mas tudo na vida tem a primeira vez, não é? Espero que o blog auxilie na construção do nosso trabalho e que o objetivo seja alcançado!!! Abraços coleguinhas e até mais!!!

A EJA e sua inserção no mundo digital

A escola ainda é vista como local privilegiado para o resgate da cidadania daqueles que, por algum motivo, foram excluídos do sistema educacional.
Para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa, torna-se importante que os espaços de aprendizagem se caracterizem como potencializadores do desenvolvimento de competências e habilidades necessárias diante das novas demandas do mundo globalizado. As instituições e docentes que se dispõem a trabalhar com a EJA devem inserí-los no mundo contemporâneo, utilizando ferramentas que sirvam como facilitadoras para a compreensão das tecnologias.