quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Dúvidas, certezas????

Certezas

Com a explosão das Lan Houses o acesso à tecnologia das classes menos favorecidas aumentou, visto também o barateamento e acessibilidade do serviço de internet em relação há dez anos atrás, onde somente instituições a possuíam. Mas de acordo com as práticas realizadas em escolas municipais de Esteio e Sapucaia do Sul, na EJA, este acesso ainda é precário.
A dificuldade de acesso ao uso das tecnologias está ainda muito ligada à questão econômica, e em conversas com a Daiane e a partir do estágio realizado, percebo que também há a questão cultural, pois este precisa ser objeto de “utilidade” para EJA.
Jovens e adultos da EJA encontram-se num processo de “inclusão”, onde precisam retomar alguns anos de suas vidas, os quais deixaram para trás, principalmente no campo da educação e profissionalização. Por mais que se critique a escola institucionalizada com sua metodologia tradicional, este jovens e adultos a consideram como espaço de libertação, local onde são capazes de esquecer o mundo lá fora e se dedicar a si.
Por outro lado, temos o conhecimento de que muitos projetos estão sendo realizados neste sentido, voluntários que criam ambientes virtuais. Tomamos por exemplo a série Central da Periferia do programa Fantástico, edição do dia 23/11/08(Domingo), onde um determinado cidadão busca alternativas de incluir o uso da internet na comunidade onde reside. Sendo que atualmente solicitam pizza por meio eletrônico, organizam planilhas para despesas do mês, muitos realizam reuniões, participam de fóruns. Trata-se de novas possibilidades e neste caso trata-se muito mais de cultura tecnológica do que questão econômica.
Na EJA a dificuldade em interagir e compreender o uso das tecnologias está muito ligado à cultura do sujeito e não à questão econômica, pois existem pessoas com poder aquisitivo considerado elevado que não interagem com estas novas possibilidades. No entanto, para as pessoas pobres esta restrição vem acompanhada da falta de recursos, na maioria das vezes, e pela contribuição para sua exclusão do mercado de trabalho antes mesmo de iniciar nele. O que está atrelado à auto-estima do ser enquanto cidadão. Este conflito é notório no estudo do comportamento dos corpos da Educação de jovens e adultos, onde frequentemente expressam o sentimento de incapacidade, impotência através de queixas, expressões corporais e faciais.


Dúvidas

Muitas ainda são as dúvidas...
A EJA precisa ainda criar mecanismos para “emancipar” o uso das tecnologias. No momento está num período primitivo onde começa dar seus primeiros passos. Uma série de fatores contribuem para esta realidade como: o lugar que a EJA ocupa diante da sociedade como “fabricante” de analfabetos funcionais, o despreparo de profissionais para trabalhar com esta modalidade, o descaso das autoridades quanto a evasão deste grupo.
Para que possamos vencer o empasse tecnológico, antes mesmo, temos de resolver as questões mais básicas, como fazer com que este grupo compreenda o que lê e se posicione quanto a esta leitura. Outra alternativa é utilizar a interdisciplinaridade e deixar de utilizar o laboratório de informática apenas em momento específicos ou ainda como uma válvula de escape assim como tem-se feito com a Educação Física e Artes nas escolas.






quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Olá, meninas!!!

Enviei alguns trechos do meu artigo do estágio da EJA, embora não tenha sido focado somente no uso das "tecnologias digitais", acredito que possamos fazer várias relações com o nosso projeto...



Para o desenvolvimento de um aprendizado eficiente, torna-se importante que as escolas sejam potencializadoras do desenvolvimento de conhecimentos e habilidades necessárias diante das novas demandas do mundo globalizado. Nesse contexto, as instituições e docentes que se dispõe a trabalhar com a EJA devem inseri-los no mundo contemporâneo, utilizando ferramentas que sirvam como facilitadoras para a compreensão de conteúdos.
Contraditoriamente, o que pude observar é que nem a escola, nem os professores preocupam-se realmente em adquirir subsídios que possibilitem uma educação de qualidade. Isso reflete o quanto os professores estão desmotivados e desestimulados a tomarem atitudes que possam modificar essa conduta. Existe uma resistência por parte dos professores em mudar para construir uma “educação transformadora”, que possa trazer esperança e motivação aos educandos.


Não existe algo como um processo de educação neutro. A educação funciona como um instrumento que é utilizado para facilitar a integração das gerações na lógica do sistema atual e gerar conformidade a ele, ou tornar-se a “prática da liberdade”, o meio pelo qual homens e mulheres lidam crítica e criativamente com a realidade e descobrem como participar da transformação do seu mundo.
(FREIRE, 1972, p.58 B)




É necessário que o professor reflita constantemente sobre a sua prática, trazendo subsídios para que o aluno adulto possa “aprender a aprender.”
A maior dificuldade dos referidos educandos é aprender a ler. Alguns deles, já conseguem ler pequenos trechos, mas com bastante dificuldade; outros ainda não conseguem ler. Diante disso, questionei a professora se eles tinham contato com livros, se freqüentavam a biblioteca da escola, e para minha surpresa ela disse que não, pois a biblioteca ficava fechada durante o horário das aulas da EJA.
Durante as minhas aulas, procurei trazer atrativos, coisas que eles não estavam acostumados, como poesias e poemas, visitas à biblioteca da escola e trabalhos em grupo, entre outros.
Para que o aluno da EJA se sinta motivado e estimulado a freqüentar as aulas é importante que eu encontre uma escola diferente daquela a qual foi “excluído” no passado. Deveria encontrar uma escola mais estimulante, mais moderna, mais humana.
Sabemos que um dos maiores motivos que levam um adulto a voltar às salas de aula é a busca de um melhor emprego ou uma melhor colocação no seu local de trabalho, pois o trabalho ocupa lugar fundamental na constituição do ser humano. Trabalhar é condição imprescindível para que o indivíduo se humanize, sendo que é a partir do trabalho que surge o estímulo e a necessidade de investir em educação. Porém, o retorno a escola não pode ser entendido como algo obrigatório, mas como um resgate da cidadania, de aprendizados que tornam melhor a vida dos educandos.
O sistema escolar atual não acompanha a evolução tecnológica do mundo globalizado em que vivemos. Não podemos comparar a escola com uma fábrica, por exemplo, porque a fábrica utiliza máquinas, robôs que facilitam o trabalho do “homem”, e a escola, ao contrário, não faz uso adequado de ferramentas que facilitariam o processo de aquisição do aprendizado. Por outro lado, a escola assemelha-se ao modelo taylorista-fordista, quando desenvolve um “aluno robô”, que quase não pensa, apenas faz o seu trabalho mecanicamente, sem questionamentos. Para mim, apesar de ser muito complexo é muito mais gratificante e estimulante trabalhar com pessoas, formar cidadãos, do que trabalhar com máquinas. Entretanto, é mais trabalhoso e difícil poder transmitir coisas boas para os alunos, de modo a despertar o interesse e a curiosidade em aprender mais, isso exige um processo contínuo de busca de conhecimentos por parte dos educadores.É bem verdade que encontramos alguns professores que lutam e criam movimentos para transformar essa realidade, mesmo que seja só dentro da sua sala de aula, mas a maioria acomoda-se com a situação e nada faz para mudar

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Alguns conceitos

Sociedade do conhecimento:

A noção de “sociedade do conhecimento” (knowledge society) surgiu no final da década de 90. É empregada, particularmente, nos meios acadêmicos como alternativa que alguns preferem à “sociedade da informação”. Segundo o sociólogo Manueel Castells trata-se de uma sociedade na qual as condições de geração de conhecimento e processamento de informação foram substancialmente alteradas por uma revolução tecnológica centrada no processamento de informação, na geração do conhecimento e nas tecnologias da informação.
www.vecam.org/article519.html

Tecnologia de comunicação:

A palavra comunicação vem do latim “comunicare” que significa tornar comum. A tecnologia de comunicação é o conjunto de métodos, técnicas e ferramentas que possibilita a criação de sistemas de comunicação. Os sistemas de informação utilizam tecnologias de comunicação para cumprir suas diferentes funções. Dentre as tecnologias de comunicação empregadas pelos sistemas de informação é possível destacar:
- tecnologia de telecomunicações
- tecnologia de redes de computadores

Tecnologia de informação:

A Tecnologia da Informação (TI) é o conjunto de recursos não humanos empregados na coleta, armazenamento, processamento e distribuição da informação. Ela abrange os métodos, técnicas e ferramentas para o planejamento, desenvolvimento e suporte dos processos de utilização da informação. Na atualidade, o conceito de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), é utilizado para expressar a convergência entre a informática e as telecomunicações.
www.inf.pucrs.br/~gilberto/Ferramentas/Trabalhos%20PPT/Rolando.ppt

Inclusão digital:

Inclusão Digital (ID) é a universalização do acesso aos meios, ferramentas, conteúdos e saberes através das Tecnologias da Informação e Comunicação. Atualmente, grande parte das iniciativas executadas no país buscam promover a ID apoiadas neste conceito, tendo como foco principal a universalização dos serviços e formação para a cidadania

Emancipação digital:
A emancipação corresponde à pesquisa, desenvolvimento e inovação nos modelos de produção, compartilhamento e distribuição de conhecimentos aplicados à solução de problemas Neste modelo, as populações menos favorecidas passam a ter não apenas acesso, mas os meios de conhecimento (software, hardware e conhecimento) para o controle dos processos produtivos de conteúdo digital (os meios de produção de valor na sociedade do conhecimento, do entretenimento e das artes audiovisuais). Neste contexto, os cidadãos conseguem emancipar-se, ou seja, agir individual e coletivamente em função de projetos de desenvolvimento humano.
www.cidade.usp.br/blog/inclusao-e-emancipacao-digital-2/

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Texto 12

Atraves dos tempos o homem vem projetando, criando meios de lhe auxiliar em suas atividades cotidianas e isto lhe possibilita realizar mais atividades em um curto espaco de tempo. Consequentemente os meios de producao vem se modificando, atividades profissionais que antes eram realizads de forma "bracal", hoje sao feitas mecanicamente por maquinas, robos.
Este contexto exige do sujeito trabalhador algo a mais, qualidades que o diferencia da maquina. Destaca-se entao a capacidade de se relacionar com os outros, de criacao e resolucao de problemas.
Para acompanhar esta demanda, a escola precisa estar em constante transformacao e criar propostas que atendam ao jovem/aluno, ou melhor, que atendam as necessidades, limitacoes, exigencias que este encotrara fora dos muros da escola. Nao esta se dizendo aqui, que a escola precisa dar conta da gama informacoes, as quais recebemos diariamente , mas deve preparar este aluno para viver em sociedade, caracterizada pelo capitalismo e competitividade. Prepara-lo para saber buscar informacoes, interpreta-las, e realizar analise critica destas informacoes.
E bastante interessante perceber que os fatos, as transformacoes da sociedade impulsionam a escola repensar sua pratica, como por exemplo, a propria ciencia comeca se abrir para estudar o todo, nao considerando apenas o conhecimenbto fragmentado, o que nos proporciona mais argumentos para se trabalhar a interdisciplinaridade. O proprio Paradigma Emergente da forca a esta modificacao, em conjunto com as exigencias do aluno de hoje e a tecnologia como mecanismo de suporte.
A partir deste cenario , uma serie de possibilidades se abrem, trabalhar com projetos, no qual aprendemos a respeitar e tolerar a diferenca. Cabe a nos educadores estarmos em constante aprendizado e dispostos a aprender com o outro a fim de dar forca a este movimento.

Texto 11

O texto faz uma crítica quanto ao uso da interatividade como objeto de marketing. Refere-se também aos softwares que se dizem interativos, quando na verdade não permitem a troca entre emissor e receptor, tornando-se uma via de mão única, sem o processo de interação entre os sujeitos.
Podemos fazer uma relação com a prática docente, pois quantas vezes cometemos o deslize de trabalhar com nossos alunos de forma que ele não interaja apenas nos escute? Quantas vezes os forçamos a dar as respostas que queremos?E o quanto nos incomodamos com o inesperado? Propomos uma forma diferenciada de trabalho, o qual tem o objetivo da interação entre professor/aluno. Mas quanto este último reage aos estímulos, ofertando outra proposta de trabalho, nos desacomodamos, nos retraímos e passamos a apenas emitir, transmitir conhecimento sem dar chance de desenvolvimento deste aluno. Infelizmente isto ocorre em espaços não-escolares também, seja na empresa, no grupo de amigos, na família etc.
Esta sistemática é tão perversa que nos faz acreditar que somos agentes da sociedade, mas na verdade estamos apenas reagindo a estímulos bem articulados que nos levam a pensar em autonomia, o que neste contexto, a partir de uma reflexão crítica, acaba se tornando utopia.
Não tenho a intenção de generalizar ou me referir a todos os docentes ou agentes da educação.
Possuímos hoje produtos que atendem esta falsa interação. Temos inclusive algumas situações cotidianas como: o chefe que diz que o funcionário possui “carta branca” para criar, modificar, fazendo com que este sujeito se sinta parte do processo. Mas no momento crucial de efetivar a prática, essa mesma chefia que lhe deu “o poder”, toma-lhe a autonomia, dizendo que a partir dali ele dá seqüência, ou simplesmente o aliena sem maiores explicações. Algo semelhante ocorre nas atividades que exigem interpretação de texto, onde o aluno coloca seu parecer e o professor simplesmente não concorda, pois não era o que esperava da resposta.
E importante que nos educadores, independente do espaço de aprendizagem que atuamos, façamos a reflexão sobre a nossa pratica a fim de nos questionarmos. Será que estou tendo a interação necessária com meu aprendiz, estou cumprindo com meu papel de condutor para o conhecimento?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Considerações textos 11 e 12

Joanez Aparecida Aires e Edel Ern, em Os softwares educativos são interativos, buscam estabelecer um conceito de interatividade e determinar se os softwares educativos apresentam as características presentes nesse conceito.
Segundo Alex Primo (1998) “um sistema interativo deve dar total autonomia ao usuário, enquanto os sistemas reativos trabalham com uma gama pré-determinada de escolhas”.
Atualmente existem muitos softwares que “vendem” a idéia de interatividade, porém essa costuma restringir-se à reação perante as situações, não permitindo que o usuário tenha autonomia para modificá-los e atualizá-los.
Para que um software seja realmente interativo, permitindo a bidirecionalidade, deve ser construído em forma de hipertexto possibilitando a indexação e busca de informações de forma não-linear, ser um sistema aberto e, portanto, integrado, além de possuir interface que facilite a autonomia.
Minha percepção em relação aos softwares disponíveis nas escolas é que os mesmos apresentam uma interatividade “reativa”, geralmente têm uma interface amigável permitindo que a criança escolha as ações e a ordem em que quer realizá-las, porém ficam restritas às opções determinadas pelo programador, havendo pouco espaço para a criação em mundo virtual. Acredito, no entanto, que o formato dos softwares está mudando, permitindo aos usuários cada vez maior interatividade. Cabe aos professores utilizarem essa realidade num processo dinâmico que favoreça a máxima de “aprender a aprender”, fazendo uso, conforme Marilda Aparecida Behrens destaca no texto Tecnologia interativa a serviço da aprendizagem colaborativa num paradigma emergente, da aprendizagem baseada em projetos “na qual cada docente pode analisar, refletir e criar sua própria prática pedagógica.
Essa prática pedagógica, além do incentivo à pesquisa, deve contemplar as abordagens sistêmica, considerando os conteúdos de forma integrada, e progressista, preocupada com a transformação social, com a mudança do cenário de desigualdades que impera na sociedade.